O secretário-chefe da Casa Civil, Nelson Martins, e a Secretaria do Desenvolvimento Agrário, através do superintendente do Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace), Cirilo Pimenta, entregaram neste sábado (2) 1.586 títulos de terra a agricultores familiares de Bela Cruz (432 títulos), Cruz (543) e Amontada (611), beneficiando um total de 1.823 famílias.
Com a transmissão dos documentos, o Governo do Ceará atingiu a marca de 15.733 títulos de terra entregues a partir de janeiro de 2015. Desse total, 5.174 títulos de propriedade rural foram repassados ainda neste ano, com a previsão de realizar a entrega de outros 10 mil também em 2017.
Com o título lavrado em cartório, o agricultor pode ir até banco e solicitar um empréstimo no valor de até R$ 20 mil. O microcrédito rural é ofertado em casos de reforma, aquisição de equipamentos ou ampliação da produção. “Esse é um importante passo para conquista da cidadania do homem do campo e um instrumento efetivo de combate à extrema pobreza”, argumentou Cirilo Pimenta.
Microeconomia
“Se cada agricultor familiar (que recebeu o título a partir de 2007), têm acesso a crédito, então todos vocês juntos podem se tornar responsáveis por movimentar um capital de até R$ 1,2 bilhão, impulsionando a economia do nosso Estado”, citou potencial econômico da categoria o secretário da Casa Civil, Nelson Martins.
Em seu discurso, Martins ainda destacou o conjunto de obras realizadas pelo Governo do Ceará no combate aos efeitos nocivos da seca que já perdura seis anos e as políticas públicas que vão de encontro aos interesses dos agricultores familiares. “Desde que assumiu o Estado, o governador Camilo Santana já perfurou quase 4 mil poços profundos e entregou mais de 340 km de adutoras”, destacou as ações emergenciais. “Além disso, todos os agricultores familiares que queiram tirar a habilitação da moto (tipo A) não precisam pagar nada para ter acesso à habilitação”, citou o decreto regulamentado pelo governador.
Um quinhão do sertão
Ninguém mais tira das mãos de Dona Maria Socorro, de 72 anos, a terra onde vive há uns 50 anos. Com o “papel da terra” em mãos, ela lamenta pelo falecimento do marido, em 1998, mas sorri ao saber que os filhos e netos passarão a herdar o “punhado de terra” que pertence há família há pelo menos duas gerações. “Agora, o sítio onde vivo tem nome, sobrenome e escritura”, comemora.
A agricultora familiar é mãe de 10 filhos, 6 deles morando em São Paulo. “A gente peleja muito na vida, mas a terra é tudo pra mim”, confirma. “Querer eles querem (que ela vá morar em São Paulo), mas não me acostumo com cidade. Meu negócio é morar na roça”, garante.
Com Governo do Ceará