Jornal Alerta Geral desta terça-feira (28) / Foto: Redação

“Frustração para quem se preparava para concursos, mas, também, para quem estava na expectativa de ser chamado”. O governo do Estado anunciou a suspensão de novos concursos públicos e gera, com isso, expectativas negativas para os próximos meses. A frase, do jornalista Beto Almeida, durante sua análise no Jornal Alerta Geral desta terça-feira (28), revela a preocupação dos concurseiros cearenses – pelo menos até setembro deste ano.

Durante a análise, o jornalista lembrou que 70% da folha de pagamento, que sofre, hoje, por conta dos aumentos, veio da ampliação das forças de segurança no Estado, o que, segundo ele, não é ruim, mas que, pelo momento ruim pela qual a economia nacional passa, apresenta um impacto maior nas finanças do Estado. Ainda assim, na avaliação de Beto, o governador Camilo Santana “está fazendo o contingenciamento da forma como deve ser feito“.

Entenda

Além de não realizar novos concursos, o governo anunciou, também, a suspensão na homologação das seleções que já foram realizadas e o chamamento dos candidatos aprovados. A informação foi divulgada pelo titular da Secretaria do Planejamento e Gestão, Mauro Benevides Filho, durante o lançamento do Observatório do Federalismo. O evento marca o retorno de Mauro ao comando da pasta.

Durante a coletiva de imprensa, o secretário também anunciou outras ações para cortar gastos do Governo. Só em 2019, a expectativa é que as medidas representem um corte de R$ 390 milhões em diversas áreas. Segundo Mauro, os cortes são necessários para que o estado não perca o controle sob as finanças e, assim, não seja preciso reduzir a capacidade de investimentos.

Então, antes que esse impacto alcance o Estado do Ceará, nós já estamos nos antecipando para que esse controle seja feito em relação a concursos públicos, em relação a homologações e chamamentos, disse o secretário.

Reajustes

Mauro Filho também informou que o reajuste dos servidores do Estado que ganham um salário mínimo – atualmente em R$ 998 – deverá acompanhar apenas a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA). Para professores e agentes de saúde, que também têm salário mínimo assegurado por lei, o reajuste será diferenciado. A expectativa é que o aumento, de 4,17%, comece a ser concedido em folha de pagamento a partir de agosto.

De acordo com ele, isso ocorre em razão do aumento das despesas do Estado com pessoal nos últimos anos. Em 2018, os gastos cresceram 11,6% em relação a 2017. Os maiores incrementos absolutos foram com a Polícia Militar, Sistema Único de Previdência Social (Supsec), Secretaria da Educação (Seduc), Polícia Civil, Secretaria da Justiça (Sejus) e Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas).

Observatório do Federalismo Brasileiro

Iniciativa inédita no País, o Observatório do Federalismo Brasileiro tem a finalidade de acompanhar e analisar, de forma sistemática, as repercussões econômicas e sociais no estado do Ceará e as mudanças no âmbito federal por decisões dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Só em 2019, de janeiro a abril, o acumulado das despesas do governo do Estado é de 9,71% em relação ao mesmo período de 2018.