O Presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta quinta-feira (11), a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos em 2022 e 2023. A medida foi uma solução encontrada pelo governo para para conseguir o apoio de setores empresariais à revisão do teto de gastos.

Nos últimos meses, setores econômicos vinham pressionando o Ministério da Economia pelo risco de demissão em massa nos próximos anos, ainda por conta dos impactos da pandemia de Covid-19 nos cofres das empresas.

Além da busca de apoio do setor empresarial para projetos que o governo quer aprovar no Legislativo, o aceno também é uma forma da equipe econômica ter mais tempo para articular fonte de financiamento para a desoneração ampla, ideia defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, desde o início do governo.

“Mas, com o setor presente, não ficou apenas nisso. Pedimos a eles que colaborassem conosco para aprovar aí a questão dos precatórios”, disse Bolsonaro após informar que o governo vai prorrogar a desoneração.

A ideia é que a diminuição da arrecadação com a folha de pagamento, prevista em cerca de R$ 8 bilhões em 2022, seja compensada pela folga orçamentária gerada pela antecipação da revisão do teto de gastos em 2022.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige que o governo federal abra mão de uma despesa para financiar a perda na arrecadação federal gerada pela desoneração.

A sinalização da medida vem apenas um dia após o deputado federal Marcelo Freitas (PSL-MG) apresentar relatório favorável ao projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento de empresas de 17 setores até 2026. Tais setores são estratégicos para o mercado de trabalho no país, visto que são os que mais geram empregos.