O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta quinta-feira que o governo irá publicar uma nova tabela de frete para corrigir “imprecisões” e “erros”. A tabela foi uma das promessas do governo na negociação com o movimento dos caminhoneiros para encerrar a greve.

— Vai ter tabela de frete, sim. Os próprios caminhoneiros admitiram que havia várias imprecisões, vários erros que deveriam ser corrigidos. E o ministro dos Transportes, junto com a Agência Nacional dos Transportes (ANTT), que é encarregada de fazer esses cálculos, vão corrigir esses equívocos. É o que vai acontecer, eles deverão, no menor prazo possível já publicar uma nova tabela corrigindo os equívocos verificados — afirmou Padilha.

Indagado se havia pontos em negociação na nova tabela o ministro negou e disse que governo e caminhoneiros deveriam “cumprir por inteiro o acordo”:

— Não existe negociação em desenvolvimento. Nós fizemos um acordo e agora nós do governo e os caminhoneiros temos que cumprir por inteiro o acordo — disse.

Padilha justificou ainda que a redução do preço do diesel no valor de R$ 0,46 por litro, prometida após negociação com os caminhoneiros durante a greve, ainda não foi registrada nas bombas em função o valor do ICMS dos estados. O ministro explicou que, como o ICMS é calculado 15 dias antes, somente após a segunda quinzena de junho é que os valores poderiam ser recalculados com o desconto que foi dado pelo governo.

— O preço de pauta é calculado em uma quinzena anterior. Então, o preço de pauta para pagamento do ICMS por parte das distribuidoras nesta quinzena, ainda é o preço da pauta da quinzena anterior, que foi a quinzena de maio onde nós não tínhamos o desconto. Agora, do dia 16 (de junho) em diante já começa a pegar a projeção dos preços reduzidos agora do dia 1º ao dia 15 de junho. E do dia 16 de junho a 30 de junho já vai ter uma nova projeção e aí sim, presumo, todos os postos com os R$ 0,46 na bomba — declarou Padilha.

No entanto, o ministro reforçou que, os postos que compraram combustível de uma distribuidora, a partir do dia 1 de junho, terão que repassar no mínimo os R$ 0,41 que foi deduzido pelo Petrobras, mais o desconto do cálculo do ICMS, que altera conforme o estado.

— É acabar com o estoque que existe nos postos, eles fazendo novas aquisições, começa a bomba a ter que ter os R$ 0,46. Isso foi uma explicação que tivemos que dar e o caminhoneiros compreenderam perfeitamente. O mais importante é o seguinte, que a partir do dia 1º (junho) todo posto que comprou combustível de uma distribuidora, ele terá que repassar os R$ 0,41 que foi deduzido no valor para ele — ressaltou o ministro da Casa Civil.

As declarações foram dadas para jornalistas na entrada de um evento que o ministro participava, em Brasília. Perguntado se o governo estudava possibilidades para amortecer flutuações nos preços dos combustíveis, ele voltou a negar mudanças na política de preços da Petrobras e afirmou que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) avalia a periodicidade para o reajuste dos combustíveis.

— A Agência Nacional do Petróleo vai exercitar sua competência de disciplinar o mercado nacional e está na perspectiva dessa disciplina que também avaliem qual seria a periodicidade para o reajuste dos combustíveis. Periodicidade não está se falando aqui em alteração na política de preços da Petrobras — concluiu o ministro Padilha.

 

Com informações O Globo