Uma nota divulgada nesta terça-feira pelo Ministério de Minas e Energia afirma que houve uma “relevante piora” no cenário da crise hídrica, a pior que o país enfrenta em 91 anos na região das principais hidrelétricas. O governo anunciou novas medidas para garantir a segurança do fornecimento de energia elétrica.
“Conforme destacado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a exemplo do verificado nos últimos meses, predomina a degradação dos cenários observados e prospecções futuras, com relevante piora, fazendo-se imprescindível a adoção de todas as medidas em andamento e propostas, destacadamente a alocação dos recursos energéticos adicionais e flexibilizações de restrições hidráulicas”, diz a nota do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), órgão que coordena as ações do setor.
O governo estendeu para o Nordeste as medidas de redução de vazão de usinas hidrelétricas que já vinham sendo adotadas no Sudeste e no Centro-Oeste.
Objetivo é guardar água nos reservatórios das hidrelétricas. As usinas mais afetadas devem ser as instaladas no Rio São Francisco.
“Foi apresentada proposta pelo ONS, recepcionada pelo CMSE, referente a flexibilizações temporárias da Regra de Operação do Rio São Francisco, considerando a importância de se dispor de recursos energéticos adicionais a fim de assegurar as condições de atendimento eletroenergético, e minimizando, assim, a degradação do armazenamento nos reservatórios das usinas hidrelétricas destacadamente nas regiões Sudeste e Sul do país”, afirma a nota.
O texto, porém, não identifica quais seriam as hidrelétricas que terão os estoques consumidos. Outras propostas serão avaliadas pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), grupo liderado pelo Ministério de Minas e Energia para enfrentar a crise, que se reunirá nesta quarta-feira.
Na reunião desta terça, o MME apresentou a proposta de Programa de Incentivo à Redução Voluntária do consumo de energia elétrica para clientes ligados a distribuidoras, que também será avaliada pela Creg.
Para garantir a segurança do sistema, o governo tem tomado medidas como manter vazões reduzidas em hidrelétricas importantes no Sudeste e no Centro-Oeste, que concentram a crise.
O nível dos reservatórios dessa região está abaixo de 25%. A redução da vazão poupa água nos reservatórios, mas prejudica outros setores, como a navegação.Também está acionando um volume recorde de geração de energia por usinas termelétricas.
O ONS também vai tomar uma medida para aumentar a transmissão de energia do Nordeste para outras regiões do país. Os reservatórios do Nordeste estão mais cheios, além da região gerar energia por usinas eólicas em grande escala.
Por outro lado, há limites para transmitir essa energia para o Sudeste e o Centro-Oeste. Os técnicos do governo têm trabalhado para ampliar a capacidade de transmissão entre os sistemas.
(*) Com informações Jornal Extra