A greve dos servidores do INSS, que começou no dia 16 de julho, deixa prejuízos para segurados e beneficiários e ainda não tem data para acabar. Os servidores cobram reajuste salarial, concurso e melhores condições de trabalho.

O Governo Federal foi ao STJ e conseguiu uma decisão que determina que 85% dos servidores mantenham as atividades, mas, mesmo assim, segurados e beneficiários não veem os seus processos andarem, nem serem emitidas respostas aos pedidos de auxílios e aposentadorias.

Com a longa paralisação, o Governo é pressionado, também, a buscar uma solução para o impasse e, nessa segunda-feira (12), o INSS deve implantar a Mesa Nacional de Negociação de Greve.

A medida foi anunciada pelo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, durante uma reunião com a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps).

RESPOSTAS ÀS REIVINDICAÇÕES

Os servidores cobram resposta às demandas da categoria por mudanças salariais e de carreira e pressionam para o INSS retirar a ação judicial acolhida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A decisão do STJ determina que 85% dos servidores permaneçam com as atividades para a prestação de serviços nas agências. Os sindicalistas consideram que a decisão do STJ é um obstáculo para as negociações.

A lista de reivindicações da categoria tem, além do reajuste salarial, a transformação da carreira em Carreira de Estado, a alteração do nível de ingresso para superior, o adicional de qualificação, a incorporação da Gratificação de Desempenho de Atividade do Seguro Social (GDASS) ao vencimento básico e o cumprimento do acordo de greve de 2022.

PENTE-FINO CONTRA SONEGADORES

A categoria cobra, também, a realização de concurso para recompor o quadro funcional do INSS. Os servidores cobram, ainda, que o Governo seja mais rigoroso para combater a sonegação e que realize, também, pente-fino contra os grandes devedores da previdência social e não se limite a tirar a impor sacrifícios aos mais pobres.

“Não somos favoráveis às fraudes, a corrupção deve ser combatida incansavelmente, no entanto, não vemos o mesmo entusiasmo do governo e fazer o tal pente-fino nos grandes devedores do INSS, como bancos, multinacionais e grandes empresários, que é onde está o verdadeiro rombo da previdência”, diz o comando de greve do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência no Rio Grande do Sul (Sindisprev-RS).

Os servidores consideram que o atual pente-fino para combater irregularidades no BPC (Benefício de Prestação Continuada) “corta na carne” dos mais pobres e é feito de “forma indiscriminada”. Segundo os grevistas do INSS, milhões de beneficiários idosos, doentes e deficientes estão “aflitos” com essa ação do governo.