Um grupo preso por aplicar golpes em instituições financeiras na Região do Jaguaribe, interior do Ceará, causou um prejuízo de mais de R$ 10 milhões aos cofres públicos, segundo a Secretaria da Segurança e Defesa Social (SSPDS). Quatro pessoas foram presas nessa quinta-feira (6) durante a operação ‘A Profecia’, dentre elas três empresárias donas de uma madereira.
Segundo a SSPDS, as investigações duraram cinco meses e apuraram que a organização criminosa obtinha empréstimos fraudulentos em nome de empresas fantasmas, como madeireiras e depósitos de gás, criadas em nome de ‘laranjas’. A partir disso, os suspeitos iniciavam os golpes contra instituições financeiras da região.
Conforme o Ministério Público, o grupo também utilizava empresas em nome de laranjas para a participação em licitações na Prefeitura Municipal de Jaguaribe, caracterizando crimes licitatórios.
A operação ‘A Profecia’ tem como objetivo combater crimes de estelionato e contra instituições financeiras praticados na região. Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva contra empresários de uma mesma família, além de 11 mandados de busca e apreensão.
Os quatro detidos são investigados por organização criminosa, obstrução de justiça, lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro e falsidade ideológica. A identificação dos presos não foram divulgadas por decisão judicial, para não atrapalhar o restante das apurações.
Além das prisões, foi determinado judicialmente o sequestro de bens, o bloqueio de contas e também o cancelamento do lançamento de valores referentes a processos licitatórios.
Na busca e apreensão realizada no mês de março foi apreendido material relacionado com uma série de outros crimes, como a abertura de várias empresas e a colocação de vários bens móveis e imóveis no nome de laranjas, que mal sabiam escrever os próprios nomes, com a finalidade de lavar o dinheiro e os bens, segundo detalhou o Ministério Público.
O Ministério Público informou que as três donas de uma madereira presas são suspeitas de praticar crimes de extorsão, denunciação caluniosa e falsidade ideológica. As investigações demonstram que as empresárias tinham o costume de ameaçar, com armas de fogo, funcionários que pediam demissão, para os obrigar a assinar um termo de reconhecimento de dívida, no qual eles negariam os seus direitos trabalhistas.
A ação ‘A Profecia’ é um desdobramento da “Operação Antiofídico”, desencadeada em maio deste ano, e que resultou na apreensão de vários documentos, como contratos e cheques em branco, assinados por terceiros, material este que estava em poder de duas das empresárias presas nesta quinta-feira. Além delas, outras duas pessoas também foram detidas em cumprimento aos mandados de prisão, sendo uma mulher e um homem.
No total, o trabalho policial contou com 32 agentes de segurança das Delegacias Regional de Jaguaribe e de Aracati; do Departamento de Polícia do Interior da Região Sul; das Delegacias Municipais de Jaguaretama, Alto Santo, Iracema e Beberibe, em parceria com o Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Ceará. “As investigações continuam. Vamos manter os trabalhos para prender outros envolvidos no esquema”, disse o delegado Carlos Eduardo, titular da Delegacia Regional de Jaguaribe, responsável pelas investigações.
Com informações do G1