O protesto é um grito contra à medida adotada pelo Governo do Estado para perfurar poços e retirar água do Cauípe para as indústrias do Pecém.

A semana foi marcada pela mobilização e pelos protestos de moradores das comunidades de Caucaia que temem prejuízos com a retirada de água do Lagmar do Cauípe para abastecimento de indústrias do Complexo  Portuário do Pecém. O Governo do Estado decidiu perfurar poços na área do Cauípe, em Caucaia, e em São Gonçalo do Amarante como alternativa no fornecimento de água para as empresas.

Os técnicos da Companhia de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Cogerh) e da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado argumentam que não haverá redução do volume de água que gere, no futuro, danos ao manancial, nem prejuízos as comunidades. As mesmas explicações foram apresentadas, nessa quarta-feira, durante reunião no Centro de Treinamento da Ematerce, em Caucaia, entre representantes do Governo do Estado e lideranças comunitárias.

O Ministério Público Federal entrou na discussão e cobrou ao Governo Estadual informações sobre as medidas que provocam insatisfação para as comunidades na área do abastecimento de água. A medida atinge, pelo menos, 27 comunidades. A denúncia feita ao Ministério Público Federal pelas lideranças comunitárias aponta que serão retidos 200 litros de água por segundo do Lagamar do Cauípe.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Moradores bloqueiam rodovia para impedir retirada de água do Cauípe.

As manifestações dos moradores, após a reunião realizada, na última segunda-feira, na localidade de Coqueiro, se estenderam, nessa quarta-feira, com o bloqueio, por algumas horas, da estrada da Pedra, que dá acesso ao Cauípe. Os moradores jogaram troncos de árvores na rodovia, interromperam o fluxo de veículos e atrasaram a chegada de trabalhadores que usam ônibus em direção ao Porto do Pecém. Outras manifestações de bloqueio de rodovias estão na agenda das lideranças comunitárias.

As pressões dos moradores levaram a Assembleia Legislativa marcar, para o dia 24 de novembro, a partir das 14 horas, uma audiência pública com representantes do Governo Estadual, Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Câmaras de Vereadores de Caucaia e São Gonçalo do Amarante e líderes das comunidades para discutir a crise hídrica e a retirada de água do Lagamar do Cauípe.

Fonte: Jornal Grande Porto