Uma movimentação deflagrada pelo pré-candidato do PT ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad, para atrair o apoio do PDT abre caminhos para fortalecer a aliança entre as duas siglas no Ceará. Os conflitos nacionais com as críticas do presidenciável Ciro Gomes ao ex-presidente Lula criaram um fosso na relação entre PT e PDT e estimulou o surgimento de articulações para uma possível candidatura própria petista à sucessão do Governador Camilo Santana.
O movimento em prol da pré-candidatura do PT é puxado pelo deputado federal José Airton e pela deputada federal Luizianne Lins, mas não ganhou adesão de outros setores do partido, nem estímulo do ex-presidente Lula. Fora do PT, o ex-senador Eunício Oliveira é uma das vozes que endossam uma candidatura petista ao Palácio da Abolição.
Mesmo com as farpas disparadas pelo presidenciável Ciro Gomes contra o PT, tanto o governador Camilo Santana quanto o deputado federal José Nobre Guimarães trabalha para a aliança do PT com o PDT ser mantida para as eleições de 2022 no Ceará.
As articulações de Fernando Haddad em São Paulo podem contribuir para aliviar as tensões entre grupos do PT e os irmãos Ciro e Cid Gomes. Ex-deputado federal e ex-candidato ao Palácio do Planalto em 2018, Haddad aparece bem nas pesquisas de intenção de votos ao Governo de São Paulo, conta com o apoio do PC do B e agora constrói uma ponte com o PDT.
“Não há razão nenhuma para o PDT não sentar na mesa de negociação em São Paulo”, expôs Haddad ao UOL News, programa do Canal UOL, ao afirmar, ainda, não ter objeção para conversar com o ex-governador Ciro Gomes.
Haddad antecipou, porém, que vem tratando sobre essa aliança com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, com uma certeza: “Se não der para estarmos juntos no primeiro turno, vamos estar no segundo”, observou.