Mulher mais votada na história do país para a Câmara dos Deputados, jornalista Joice Hasselmann (PSL-SP) defendeu o fim do recesso de meio de ano para o Congresso nacional e o Poder Executivo, durante entrevista nesta quarta-feira (14/11) ao programa CB.Poder.

“O bonitão (parlamentar) chega no meio do ano e tira férias. Não dá. Quero apresentar um projeto para acabar com as férias no meio do ano. Não é só do Congresso, não, do Judiciário também. Porque não dá para ter férias de inverno e de verão”, afirmou a futura parlamentar.

Joice também defendeu uma discussão na Casa para cancelar o aumento de 16% aprovado aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), na última semana. “Por mim, eu cortaria tudo”, disse, se referindo aos benefícios usufruídos por servidores do poder Judiciário. Ela entende, no entanto, que uma proposta agressiva sobre esses privilégios não teria sucesso. “Isso não passaria. Ficaria só no discurso. O que eu acho que pode ser feito é propor um corte razoável. Não é questão de merecimento, o Brasil não aguenta pagar todos esses benefícios”, defendeu.

Outra questão levantada pela deputada eleita foi a necessidade de resgatar a ética na política brasileira. Ela critica a presença de pessoas envolvidas em escândalos políticos no poder e cita o senador Renan Calheiros (MDB), investigado por peculado, e absolvido posteriomente pelo STF. Joice endossou a crítica feita pelo deputado Laerte Bessa (PR) a Calheiros. “Independentemente de qualquer coisa, não ao Renan Calheiros”, apontou ao lembrar dos escândalos de corrupção que envolvem o senador.
Quanto a presidência da Câmara dos Deputados, Joice não se posicionou, mas avaliou positivamente o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia, do Democratas. “É preciso ter alguém com experiência, histórico. Eu acho que o Rodrigo Maia não atrapalha, ele ajuda. Ele conversa bem com a oposição”, afirmou. A jornalista projetou que há 80% de chances de o PSL não lançar um candidato do partido para concorrer à liderança no congresso.
Joice reforçou a necessidade de renovação política e do combate à corrupção, bandeiras levantadas durante toda a campanha pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, colega de sigla. Durante a entrevista, ela defendeu que é preciso afastar a “velha política” e dar espaço para que novos candidatos, livres da corrupção, atuem. Porém, quando questionada quanto à nomeação de Onyx Lorenzoni para futuro ministro da Casa Civil, ela voltou atrás. “Ele é o único homem de verdade que teve coragem de pedir uma coletiva e assumir seu erro. O resto é velho frouxo na política”, defendeu.
Joice também defendeu a aprovação de uma parcela da Reforma da Previdência. Para ela, agilizar a votação ainda para este ano seria uma sinalização positiva para o mercado. “Eu acho que tinha que aprovar qualquer coisa. O ideal era conseguir a idade mínima, mas não será possível. Talvez consiga passar o aumento do tempo de contribuição. É importante dar um sinal para o mercado”, frisou.