Nesta quinta-feira (27), celebra-se o Dia Nacional de Conscientização da Doença Falciforme, uma alteração genética que dificulta a circulação sanguínea. O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), da rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), é referência estadual na assistência a pacientes adultos com o diagnóstico. Cerca de 400 pessoas são atendidas pelo equipamento.
A doença falciforme é hereditária e provoca má-formação nas hemácias (glóbulos vermelhos). “As células normais são arredondadas e maleáveis. Com as alterações, essas células passam a ter um formato de meia lua ou foice, impedindo a circulação de sangue e oxigênio para tecidos e órgãos, causando várias complicações”, explica a hematologista Fernanda Benevides.
Os principais sintomas são: dores nas articulações, anemia, olhos amarelados, atraso no desenvolvimento e no crescimento infantil, inchaço em punhos e tornozelos. A doença aumenta, ainda, o risco de infecções e de acidente vascular cerebral (AVC).
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da doença se dá por meio do teste do pezinho, realizado logo nos primeiros dias de vida das crianças. Outra forma é o exame de sangue eletroforese de hemoglobina, feito nos pequenos com mais de seis meses e em adultos.
Quando a doença falciforme é identificada ainda na infância, os pacientes são encaminhados para o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), também da Rede Sesa. A partir dos 18 anos, o tratamento é realizado no Hemoce. Ambas as unidades são referências estaduais no tratamento da hemoglobinopatia hereditária.
Os cerca de 400 pacientes adultos com doença falciforme são acompanhados no hemocentro em Fortaleza e nos regionais do Interior. A assistência é multidisciplinar, envolvendo hematologistas, assistentes sociais, ortopedistas, psicólogos e fisioterapeutas.
Para obter mais informações sobre exames e diagnóstico, os adultos que têm algum indício de doença falciforme podem tirar dúvidas no Ambulatório de Coagulopatias e Hemoglobinopatias do Hemoce pelo telefone (85) 3101-2310.
Apesar de a doença não ter cura, o tratamento permanente melhora a qualidade de vida. Com adesão correta às medicações, acompanhamento com hematologistas e realização de exames periódicos, as chances de ter crises de dores e complicações são bem menores.