Até o dia 17 de abril, é celebrada a Semana Estadual de Conscientização sobre a Hemofilia. E o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) preparou uma programação especial durante todo o mês para receber pacientes e chamar a atenção da sociedade sobre a doença. O equipamento vinculado à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) atende cerca de 600 pessoas de todas as faixas etárias com esse distúrbio de coagulação.

As ações ocorrem em alusão ao Dia Mundial da Hemofilia, que acontece em 17 de abril, e tem como objetivo reforçar o diagnóstico precoce e o tratamento adequado para a manutenção da qualidade de vida. Neste ano, a Federação Brasileira de Hemofilia trabalha o tema “Acesso Equitativo para Todos – reconhecemos todos os transtornos de coagulação” em parceria com vários hemocentros do País, e o Hemoce apóia a iniciativa conscientizando sobre o diagnóstico e tratamento.

Na capital cearense, a programação teve início na primeira semana deste mês, com oficinas de pintura e de montagem de ovos de páscoa para os pequenos, além de palestra sobre planejamento familiar para os pais e pacientes adultos.

As blitze educativas também estão sendo realizadas durante este período para conscientizar a população e profissionais de saúde sobre o que é a doença. Neste sábado (13), será a vez da Praça das Flores receber a ação informativa.

No dia 17 de abril, o Hemoce vai promover uma oficina de atenção multidisciplinar à pessoa com hemofilia e uma aula prática sobre a importância da atividade física para pacientes hemofílicos. No dia 18, será a vez de as crianças atendidas pelo ambulatório do Hemoce realizarem uma visita à Cidade Mais Infância, equipamento do Governo do Ceará coordenado pela Secretaria da Proteção Social, para uma tarde de brincadeiras e atividades educativas, culturais e de cidadania.

Hemofilia

A hemofilia é uma condição genética que afeta uma das proteínas do sangue, impedindo a coagulação e causando sangramento por mais tempo e com maior frequência. Considerada rara, atinge mais de 350 mil pessoas no mundo, a maioria homens. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o Brasil possui a quarta maior população de hemofílicos, com cerca de 13 mil pessoas.

“A hemofilia pode ser classificada de duas formas, A e B. O que diferencia uma da outra é o fator de coagulação que a pessoa deixa de produzir naturalmente; 70% dos casos do distúrbio têm origem hereditária. Nesse cenário, quando nasce uma criança, o Hemoce orienta a família sobre a necessidade ou não de realizar os testes para iniciar o tratamento. Os outros 30%, são casos isolados, sem histórico familiar. Durante a formação do código genético, pode ocorrer uma mutação no gene codificador do fator que altera a produção sanguínea”, explica a hematologista e diretora de Hematologia do Hemoce, Luany Mesquita.

A hematologista destaca ainda a importância do diagnóstico precoce para uma melhor qualidade de vida. “Isso permite que os pacientes tenham acesso ao tratamento o mais rápido possível, diminuindo o número de sangramentos e as sequelas decorrentes deles. Assim, eles podem ter uma vida o mais próximo possível do normal. Com a instituição do protocolo de profilaxia pelo Ministério da Saúde, a incidência de sangramentos e sequelas articulares nos pacientes reduziu drasticamente, especialmente com a possibilidade da infusão domiciliar, quando o serviço tratador disponibiliza os medicamentos para armazenamento, preparo e administração pelo próprio paciente ou familiar no domicílio”, revela.

Hemoce é referência

O Hemoce é referência em tratamento de pessoas com hemofilia. A instituição realiza o exame para detectar a deficiência na coagulação e faz o acompanhamento multidisciplinar de pacientes. A equipe é formada por médicos hematologistas, fisioterapeutas, farmacêuticos, enfermeiros, odontólogos, assistentes sociais e psicólogos.

Em Fortaleza, o atendimento é feito na sede do Hemoce, de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h. A farmácia da unidade, responsável pela dispensação dos concentrados de fatores da coagulação aos pacientes, funciona 24h.

No interior do Ceará, a assistência é oferecida pelos equipamentos regionais do hemocentro em Sobral, Crato, Iguatu e Quixadá.