Traumas e lesões mais graves no período do carnaval são uma preocupação sempre recorrente nesse período do ano. As filas ortopédicas – onde o paciente em estado mais grave passa, em média, quatro anos – acaba ficando maior e mais lenta, dificultando o atendimento e superlotando o Instituto Dr. José Frota (IJF), em Fortaleza, hospital que recebe o maior número dos casos.
Nesta quarta-feira (27), nos estúdios do Jornal Alerta Geral, o médico ortopedista Henrique César questionou a eficiência do Programa Plantão Saúde Cirurgia, lançado, pelo governo do estado, em 2018, para credenciar empresas e entidades sem fins lucrativos para realizar cirurgias eletivas, visando reduzir a lista de espera desses pacientes. Para Henrique, a assistência ortopédica no Ceará é muito lenta e o Programa não foi suficiente para suprir a demanda.
A incapacidade de resolver problemas de médio porte fez com que o “Fila Zero (como o Programa fico conhecido) fosse um fiasco. Muito dinheiro gasto com pouca capacidade de solução“. Para o ortopedista Henrique, as organizações não estão preparadas para atender a demanda. Falta capacidade de reação que é, em muitos casos, suprida por outras iniciativas, como do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará (UFC), sem, ainda, o resultado necessário.
Interior do estado
Questionado pelo jornalista Luzenor de Oliveira sobre alta demanda que chega do Interior do estado, o médico ressaltou que nos traumas de médio e alta complexidade, o atendimento no IJF acaba sendo a primeira alternativa. “Existe uma demanda que vem do interior que é preocupante“, afirma Henrique César.
Fila integrada
O jornalista Beto Almeida, também nos estúdios do Jornal Alerta Geral, relembrou a proposição do procurador da República, Oscar Costa Filho, que tentou criar um sistema integrado para solucionar o problema das grandes filas de espera. “É um bom trabalho, entretanto, você não consegue organizar por conta da capacidade de solução“, rebateu o médico ortopedista Henrique César.