O Conselho de Sentença da 5ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Fortaleza condenou, no dia 08/03, o réu Diogo da Silva Nunes a 27 anos e 6 meses de reclusão (prisão inicialmente em regime fechado). De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), Diogo Nunes foi um dos responsáveis pelo homicídio, mediante disparos de arma de fogo, da vítima Antônio Welson da Silva Araújo, conhecido como Tio Welson. O crime ocorreu por volta das 16 horas do dia 26 de abril de 2018, na rua José Félix de Lima, no bairro Sapiranga, em Fortaleza, motivado por vingança em razão de rivalidade entre facções criminosas.

O processo judicial de crime contra a vida foi amparado pelo Projeto “Tempo de Justiça” e o resultado é fruto do trabalho da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, em conjunto com a Promotoria de Justiça do Júri, fazendo com que aumentasse a celeridade de resolução. Conforme constou nos autos, a vítima estava conversando com sua prima, testemunha ocular do fato, Estefhani, quando foi surpreendida pela aproximação do denunciado e o seu comparsa, ainda não identificado, os quais, sem qualquer discussão prévia, foram logo atirando várias vezes contra a vítima, para, em seguida, empreenderem fuga.

A vítima chegou a ser socorrida, porém não resistiu aos ferimentos e, antes de morrer, ainda conseguiu falar para a esposa dele, Raimunda, que teria sido o acusado Diogo. À época do crime, o condenado fazia uso de tornozeleira eletrônica, cujo sinal teria tentado interromper, com a colocação de um papel laminado de alumínio ou material similar, porém sem sucesso, tanto que a central de monitoramento conseguiu fazer o rastreamento de seu percurso, constatando que ele, de fato, esteve ainda que rapidamente no local dos fatos no momento do delito.

O réu veio a ser preso posteriormente, em razão de outros fatos relacionados ao tráfico de drogas. Ele viveu a maior parte de sua vida no bairro Sapiranga, região dominada pela organização criminosa Comando Vermelho (CV), mas teria passado a integrar a organização criminosa rival denominada Guardiões do Estado (GDE), que mantém conexão com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Devido a isso, o réu teve que sair do bairro, mas, como forma de vingança, passou a se voltar contra moradores da região, mesmo contra aqueles que, eventualmente, não tinham efetivo envolvimento com tais facções. Por isso, ele também está incurso, no caso, no crime de organização criminosa armada. Diogo Nunes já estava associado à GDE desde a data antecedente ao crime, e permaneceu associado, no mínimo, até a data do crime de homicídio. O papel dele, dentro da mencionada organização, inclui o de praticar crimes contra a vida, eliminando desafetos do grupo e objetivando assegurar a autoridade e o domínio da facção em diversas áreas de Fortaleza.

Tempo de Justiça

O programa “Tempo de Justiça” é uma parceria entre Ministério Público, Poder Judiciário, Defensoria e Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, recebendo apoio técnico da Vice-Governadoria do Estado. O Comitê realiza reuniões mensais com todos os órgãos para avaliação dos resultados e identificação de problemas, desde a fase de inquérito até o julgamento, com a finalidade de propor medidas para reduzir os índices de criminalidade no Estado, por meio do aumento da celeridade dos processos judiciais de crimes contra a vida ocorridos em Fortaleza.

COM MPCE