Turbulência na área da Segurança Pública! Em um cenário de pré-campanha eleitoral, o Governador do Estado, Camilo Santana, deve se preparar para as cobranças mais duras por parte da oposição à administração do estado que já iniciaram com o embate entre o governo estadual e os policiais militares devido ao reajuste salarial da categoria.
O assunto ganhou destaque no Bate Papo Político do Jornal Alerta Geral desta quarta-feira (5), com os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida, que discutiram sobre o posicionamento do Governo e dos policiais diante da proposta de reajuste.
O descontentamento de policiais militares com o reajuste salarial proposto pelo Governo do Estado para a categoria nessa terça-feira (4), mobilizou a corporação a não realizar mais trabalhos com horas extras e se articular para suspender as atividades. Os policiais se organizam para, nesta quinta-feira (6), a partir das 9 horas, lotar as galerias da Assembleia Legislativa.
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De acordo com os dados apresentados pelo governador, nos últimos cinco anos, o Estado teve um incremento de um R$ 1,2 bilhão (86%) na folha salarial só com profissionais da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Perícia Forense (Pefoce) e Polícia Civil. Em 2014, o investimento foi R$ 1,36 bilhão. Já em 2019, foi R$ 2,54 bilhões.
Beto Almeida explica que a proposta do Governo que faz esse reajuste no salário dos militares ainda não chegou até a Assembleia Legislativa e pondera que mesmo assim, o anuncio já causa agitação entre os parlamentares.
“Me referindo a retomada dos trabalhos na Assembleia Legislativa, (eu) previa que teríamos, fora os embate políticos por conta das eleições municipais, um cenário tranquilo para o governador Camilo Santana […] está exatamente ocorrendo o contrário”, aponta Beto.
O jornalista observa que no discurso do Governo do Estado e também no dos policiais militares há uma tentativa de justificar os salários médios que são pagos aos policiais, onde ambos apresentam valores diferentes.
“A contestação dos policiais se baseia exatamente no seguinte, o Governo, realmente, quando ele contabiliza esse valor, ele contabiliza tudo, inclusive as horas extras que os militares fazem. E o questionamento é: hora extra não é salário, hora extra é quando o policial, na sua hora de folga, resolve trabalhar para ganhar um dinheiro a mais”, ressalta Beto Almeida.
Segundo o deputado estadual Delegado Cavalcante (PSL), um dos motivos da insatisfação da categoria ocorre também devido a retirada, por parte do Governo do Estado, de 3% de vantagem que os policiais recebiam em seus salários.
“Vamos mostrar para a população que a polícia militar, que a polícia civil, o corpo de bombeiros e as forças de segurança estão sendo mal tratadas aqui no estado do Ceará”, afirma Delegado Cavalcante.
O deputado Soldado Noélio (PROS), também se manifestou contrariamente ao reajuste proposto pelo Governo. Segundo o deputado o Governo do Estado quer dividir o reajuste salarial em 3 anos.
“Os policiais estão extremamente insatisfeitos com a proposta que foi apresentada pelo Governo e a gente tem que esclarecer a população. Foi noticiado em alguns jornais que os policiais e soldados do Ceará ganham R$ 4.900. Essa informação é uma informação mentirosa e eu estou com documentos que comprovam isso. Policial militar no Ceará ou soldado está ganhando R$ 3.200”, aponta Noélio.
O vereador Sargento Reginauro também se pronunciou e cobrou mais sensibilidade do Governo do estado com a categoria. O deputado federal, Capitão Wagner (PROS) também deve se pronunciar sobre a situação.