Horizonte, localizada na Região Metropolitana de Fortaleza, é a única cidade do Ceará a fazer parte da Associação Internacional de Cidades Educadoras (AICE). A cada dois anos, a AICE promove o Prêmio Cidades Educadoras e, este ano, Horizonte foi uma das ganhadoras do Prêmio Cidades Educadoras 2022, com o projeto “Bordando Resistências: Bordadeiras de Alto Alegre”. O 16º Congresso Internacional de Cidades Educadoras ocorreu entre os dias 25 e 28 de outubro em Andong, na província Gyeongsang, na Coreia do Sul. O evento contou com a presença de autoridades de várias cidades do mundo e diversas apresentações culturais locais.

A secretária municipal de Educação, Cássia Enéas, a articuladora do Selo Unicef, Grecya Barros, e a bordadeira Edna Silva, representaram Horizonte no Congresso. O município se destacou na plenária com a fala de Cássia Enéas, que propôs a inclusão da língua portuguesa nos idiomas oficiais da AICE. Sobretudo porque, em 2024, o Congresso acontecerá no Brasil, em Curitiba. “Daí a importância de podermos nos expressar em português e incluir a todos democraticamente”.

A secretária de Educação ressaltou ainda que representar Horizonte além das fronteiras, é “comunicar ao mundo o valor cultural da ancestralidade de um povo, através da arte do bordado inovador, criativo, além de ser um ato de resistência. Estamos muito felizes pela oportunidade e possibilidade de contar essa história e ser voz para o desenvolvimento das potências femininas, em particular das mulheres negras. Também reforçamos a importância da inclusão da língua portuguesa como idioma oficial da Associação Internacional das Cidades Educadoras”.

Edna Silva, integrante do coletivo ‘Bordando Resistências: Bordadeiras de Alto Alegre’, destacou a importância de representar o grupo. “Foi uma experiência muito agradável e um momento de grande aprendizado, pois trocamos diversas experiências com pessoas de diversos países. Estou muito feliz por Horizonte ter sido premiada”, disse.

Para Grecya Barros, poder levar o nome da cidade de Horizonte a um espaço de diálogo internacional é uma oportunidade única. “Ver a cidade a partir de suas potencialidades desperta um orgulho indescritível de pertença. Horizonte deixou sua marca na história, construída com trabalho, dedicação e responsabilidade. Estou muito feliz em representar essa cidade tão querida ao lado de pessoas comprometidas e engajadas no desejo de construir um mundo melhor. Do outro lado do mundo, nós fomos mais que técnicos, fomos uma cidade em busca de inovação e troca de conhecimento.”

O projeto

Criado em 2017, o coletivo “Bordando Resistências: Bordadeiras de Alto Alegre”, tem o objetivo de promover um espaço de diálogo coletivo com mulheres negras e quilombolas, com foco no reconhecimento da cultura ancestral e identidade para o fortalecimento da autonomia de gênero, defesa de direitos e geração de renda.

Para isso, são realizadas oficinas de bordado, rodas de conversa, palestras, cursos, exposições, entre outras iniciativas.

Para além da belíssima e potente produção material, em especial da arte do bordado, também são fortalecidas as perspectivas imateriais da cultura, do resgate histórico, do pertencimento, da identidade, das raízes negras, do empoderamento da mulher, da participação nos espaços sociais e políticos, do estreitamento dos laços comunitários.

As ações do projeto foram compartilhadas com representantes das cidades educadoras brasileiras na reunião mensal da Rede Brasileira de Cidades Educadoras (Rebrace) realizada no mês de maio, com uma apresentação que encantou a todos.

Cidade Educadora

Horizonte é a única cidade do Ceará a integrar a Associação Internacional de Cidades Educadoras (AICE).

O compromisso, firmado em 2016, inseriu o município em uma rede de cidades no Brasil e no mundo que se comprometem a reconhecer e promover seu papel educador na formação integral dos habitantes, rompendo com a lógica de políticas fragmentadas e baseando-se na intersetorialidade entre áreas como educação, saúde, meio ambiente e cidadania.

No Brasil, além de Horizonte, os municípios de Caxias do Sul, Santiago e Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Guarulhos, Mauá, Santos, São Carlos, Santo André, São Bernardo do Campo, São Paulo e Sorocaba (SP) e Vitória (ES), também são cidades educadoras.

Isso significa que as políticas públicas destes municípios atendem aos princípios descritos na Carta das Cidades Educadoras, que buscam o desenvolvimento econômico e sustentável, em conjunto com a justiça social, e estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.