A Covid-19 pode trazer consequências que vão além dos sintomas manifestados durante o período de infecção pela doença. Pessoas com quadro grave apresentam, em alguns casos, sequelas respiratórias e motoras após a recuperação. Para acompanhar e tratar estes pacientes, o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado, conta com o ambulatório pós-Covid-19.

A coordenadora do Serviço de Pneumologia do HM, Penha Uchoa, destaca a importância do atendimento.

“Por ser uma doença nova, não sabemos como será a evolução desses pacientes, não sabemos se terão sequelas crônicas ou tratáveis. Por isso, montamos o ambulatório para acompanhar esses pacientes que saem de alta com alguma sequela. Vamos investigar, acompanhar e tratar da melhor forma”, explica.

Francisca Carlinda Medonça, 46 anos, passou uma semana internada no HM por conta do coronavírus. Ela conta que deu entrada na unidade com falta de ar e chegou a precisar de suporte de oxigênio para respirar. Após a alta hospitalar, a dona de casa recebeu encaminhamento para o ambulatório pós-Covid-19.

“Eu tenho ficado muito cansada com qualquer esforço, fiz alguns exames e hoje a médica vai ver o que eu tenho. Pode ser alguma sequela do coronavírus”, explicou.

Aberto em julho, o ambulatório funciona às quintas-feiras, no período da tarde, e já atendeu 25 pessoas. A pneumologista Diana Arraes de Sousa, responsável pelos atendimentos, conta que os pacientes são avaliados e é feita uma busca para saber como era a vida dele antes da Covid-19.

“Converso com o paciente para saber como os sintomas estão evoluindo, procuramos fazer uma comparação de como ele era antes do coronavírus, como ele estava na alta e como está agora. Investigamos todo o histórico para saber se realmente são sequelas da Covid-19, se ele já tinha alguma doença pulmonar não diagnosticada ou se é apenas uma recuperação mais lenta que a habitual”, detalha.

Durante a consulta os pacientes são auscultados, as medicações são reguladas e, em alguns casos, suspensas. A médica solicita, ainda, exames como tomografia e o teste de função pulmonar.

“Estamos acompanhando os pacientes, vendo como eles se comportam após a alta hospitalar. É uma doença nova. Temos que ver até onde é uma sequela da doença, se é falta de condicionamento físico ou ansiedade, por exemplo”, acrescenta a Diana.

(*)com informação do Governo do Estado do Ceará