O Hospital Regional Norte (HRN), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) do Governo do Estado, administrado pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) reforça a importância da doação de leite materno, alimento fundamental para diminuir o tempo de internação e fortalecer o desenvolvimento de bebês prematuros internados nas unidades da rede estadual. A nutricionista e coordenadora do Banco de Leite do HRN, Renata Karen Oliveira, afirma que as doações podem ser feitas de forma permanente e auxiliam, também, mulheres com dificuldade para amamentar.
“Durante todo o ano, temos bebês prematuros que necessitam do leite materno. O estresse emocional das mães, a prematuridade das crianças e a internação dos filhos prejudicam a descida do leite”, explica. Para Cláudia Fernanda da Silva, 39, a ajuda foi fundamental. No dia 5 de novembro, ela deu à luz a filha Luna Ayla no HRN e não conseguia produzir leite para amamentar a criança, que nasceu com 29 semanas de gestação, pesando apenas 800 gramas.
“É muito importante que toda mulher que pode doe leite materno porque salva a vida de bebês tão pequenos que precisam, como a minha filha precisou”, conta. Além do HRN, em Sobral, o Hospital Geral César Cals (HGCC), Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) e Hospital Geral de Fortaleza (HGF) também são unidades do Governo do Estado e possuem bancos de leite. Já o Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA) e o Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar (HMJMA) contam com um posto de coleta.
Os bancos de leite humano dos hospitais são responsáveis pela promoção do aleitamento materno e execução das atividades de coleta, processamento e controle de qualidade do leite. Para atender a demanda dos pacientes, cada unidade da rede estadual precisa receber, em média, 40 litros de leite. As doações, contudo, nem sempre atingem esta marca.
O HRN, por exemplo, recebe cerca de 25 litros por mês. As doadoras podem buscar o banco de leite do hospital todos os dias para agendar a doação. A equipe recebe a mulher no hospital ou a visita em casa para realização de cadastro e orientação sobre higienização das mamas e conservação do leite até a doação.
Após passar por um processo de estimulação com massagem e ordenha no HRN, Cláudia já começou a produzir leite para alimentar a filha. Agora, o excedente vai para doação no banco de leite da unidade.
“Eu me cadastrei no banco de leite e, quando faço a ordenha, tudo o que sobra da alimentação da minha filha vai para doação”, conta.
Cuidados durante a doação
Os bancos de leite receberam, entre janeiro e novembro deste ano, mais de 1.900 litros de leite. No entanto, somente 1.300 puderam ser repassados aos bebês internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTINs). “Colocamos um volume para processar, mas não necessariamente iremos aproveitar tudo. As perdas estão relacionadas às condições de coleta, armazenamento e transporte do leite” explica Aline Costa, biomédica do HRN.
Para evitar que o leite doado seja perdido, alguns hábitos são fundamentais. A doadora pode retirar e armazenar o leite em casa por meio da ordenha manual ou de uma bomba de extração. Antes, é preciso tomar alguns cuidados de higiene pessoal, como manter os cabelos presos, de preferência com touca, colocar máscara ou lenço cobrindo o nariz e a boca, lavar as mãos com água e sabão, esfregando uma contra a outra e entre os dedos, e lavar as mamas somente com água corrente e secá-las com uma toalha.
O recipiente para acondicionar o leite pode ser fornecido pelo Banco de Leite Humano, mas também é possível utilizar um frasco de vidro liso com tampa de plástico. Neste caso, é importante lavar o recipiente com água corrente e sabão e fervê-lo por 15 minutos.
(*)com informação da A.I