Quase 29 milhões de pessoas que recebem até R$ 4.723,78 por mês em 2023 ficariam isentas do Imposto de Renda em 2024 caso a tabela fosse corrigida integralmente pela inflação. Os cálculos são da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco). O número é mais que o dobro (20 milhões de isentos a mais) do que os 8,8 milhões listados atualmente. Na tabela vigente do Imposto de Renda – que não é corrigida desde 2015 –, estão isentos aqueles que recebem até R$ 1.903,98, o equivalente a quase um salário mínimo e meio.

Os cálculos realizados pela Unafisco mostram que a defasagem acumulada chega a 148,1% (a taxa é a diferença entre os R$ 1,9 mil atuais e os R$ 4,7 mil em caso de correção). O percentual considera os ajustes realizados e a inflação acumulada de 1996 – ano em que a tabela do IRPF deixou de sofrer reajustes anuais – até dezembro de 2022.

Começa na próxima quarta-feira (dia 15) a corrida dos contribuintes para prestação de contas ao Leão. Desta vez, a temporada de envio das declarações do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de 2023 (ano-base 2022) terá início um pouco mais tarde, porque a Receita Federal decidiu abrir o prazo somente depois que o programa de ajuste anual estiver apto a importar os formulários pré-preenchidos, o que vai acontecer somente nesta semana. Outra novidade deste ano é que o prazo de entrega dos formulários agora vai até 31 de maio, e não mais o fim de abril, como de costume.

Aqueles que entregarem logo a declaração, sem pendências ou inconsistências — veja ao lado quem precisa fazer o acerto de contas neste ano —, terão mais chance de receber logo a restituição, caso tenham direito à devolução de imposto. Mas, se perderem o prazo de envio, terão que pagar multa de R$ 165,74, no mínimo. O valor máximo equivale a 20% do IR devido.