O número de empresas com contas em atraso e registradas em cadastros de inadimplentes aumentou 9,41% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado. A elevação é a mais acentuada desde setembro de 2016, quando o indicador havia registrado um crescimento de 9,61%. Os dados, divulgados hoje (27), são do Indicador de Inadimplência da Pessoa Jurídica apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
De acordo com o indicador, a alta em junho foi puxada, principalmente, pela Região Sudeste, cuja variação foi de 16,11% no mês. Segundo o SPC, a elevação expressiva foi influenciada na região pela revogação de uma lei no estado de São Paulo que exigia, por parte dos credores, o envio de uma carta com Aviso de Recebimento (AR) antes de efetivar o registro de atraso. Com o fim da lei, as negativações que estavam represadas entraram na base de dados.
Do total de empresas que conseguiram sair da lista de inadimplentes em junho, 47% atuam no ramo do comércio e 39% são do setor de serviços. Já as indústrias respondem por 10% da fatia total das que conseguiram limpar o nome.
“Após apresentar recuos seguidos no período mais agudo da crise entre 2015 e 2016, o cenário de recuperação de crédito começa a esboçar uma reação nos últimos meses, acompanhando a tendência de melhora da economia. Porém, mesmo com as últimas altas, as perdas acumuladas com a recessão ainda não foram totalmente recuperadas”, destacou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. De acordo com ela, nos próximos meses espera-se ainda um cenário de dificuldade, já que as expectativas de crescimento da economia e do mercado de trabalho foram revisadas para baixo.
O Indicador de Inadimplência das Empresas reúne todas as informações nas bases de dados do SPC Brasil e da CNDL, nas capitais e interior das 27 unidades da federação.
AGÊNCIA BRASIL