O número de contratos do Fundo de Financiamento Estudantil, considerados inadimplentes aumentou 23% após a realização do programa de renegociação do governo federal. Em abril do ano passado, quando foram estabelecidos os prazos para estudantes devedores, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) afirmou que 567 mil contratos estavam com pelo menos 90 dias de atraso no pagamento das parcelas da dívida e se encaixam nos critérios para aderir à renegociação. Já em dezembro de 2019, esse número havia subido para 700 mil. Nessa lista, milhares de estudantes cearenses ainda não conseguiram arcar com as parcelas do fundo.
A quantidade de inadimplentes do Fies representa cerca de 47% do total de 1,5 milhão de contratos atualmente na fase da amortização, ou seja, depois que o estudante já terminou o curso de graduação e já passou do período de carência, e agora precisa devolver o dinheiro emprestado em parcelas mensais.
O fundo considera inadimplentes apenas os contratos que tenham a partir de 90 dias de atraso nos pagamentos. Mas, considerando todos os contratos com pelo menos um dia de atraso nas parcelas, o número de estudantes que não conseguem pagar o Fies em dia sobe para 909 mil.
O Fies existe desde 2001, e o programa chegou a ser, em 2014, a principal forma de calouros em cursos de graduação de instituições privadas financiarem sua faculdade.