A incerteza sobre o futuro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida pelo Palácio do Planalto fez o PC do B, parceiro histórico do PT em eleições nacionais, abrir consulta aos seus dirigentes para buscar uma alternativa para 2018. A decisão foi tomada após uma série de reuniões ao longo da última semana. Dentro do PT, alguns setores querem que a sigla cria um plano B caso Lula sofra alguma condenação que o deixe fora da disputa eleitoral.

O desgaste da imagem de Lula gera, também, inquietação entre aliados e provoca mais dúvida sobre alianças com o PT em torno do ex-presidente. Um exemplo é o recente ataque de Ciro Gomes (PDT) a Lula. Segundo a Coluna Painel, edição desta segunda-feira, do Jornal Folha de São Paulo, a crítica foi considerada outro sintoma do movimento de desagregação da esquerda.

Como resposta, o PT afirma que, ao partir para cima do petista, o pré-candidato do PDT ao Planalto minou as chances de uma aliança caso o ex-presidente não possa ser candidato. Integrantes de movimentos sociais ligados ao PT dizem que o gesto aumentou a rejeição a Ciro.

O depoimento de Antonio Palocci ao juiz Sergio Moro alastrou a sensação de que o petista não conseguirá ser candidato. E a sigla quer ter o próprio plano B até novembro. Integrantes da legenda estão divididos sobre o movimento, mas ele foi deflagrado. Não haverá gesto hostil a Lula. Se ele puder concorrer, a aliança está assegurada — o problema, dizem, é que cada vez menos gente dentro e fora do PT acredita nessa possibilidade.