Mulheres grávidas e puérperas que tomaram as duas doses de imunizantes contra a Covid-19, de qualquer marca, deverão tomar a dose de reforço – único e exclusivamente – da Pfizer. A orientação é do Ministério da Saúde.

Com a decisão da pasta, já publicada em nota técnica, a dose está liberada para todas as pessoas a partir de 18 anos que concluíram o ciclo de imunização com Pfizer, AstraZeneca ou Coronavac há pelo menos cinco meses.

Em maio, o ministério suspendeu o uso da AstraZeneca em ambos os grupos a pedido da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Uma grávida de 35 anos por Acidente Vascular Cerebral (AVC) morreu após tomar a primeira dose da AstraZeneca e o feto de 23 semanas também não resistiu.

Como a Janssen usa a mesma tecnologia dessa vacina — vetor viral —, também não deve ser usada nessas mulheres. O primeiro lote do imunizante, contudo, só chegou ao Brasil em junho, um mês após a suspensão. Já para a população geral, há a exceção de que as pessoas devem receber outra dose do mesmo imunizante, com intervalo mínimo de dois meses, antes do reforço.

“O Ministério da Saúde informa que as gestantes e puérperas também receberão a dose de reforço contra a Covid-19 com a vacina da Pfizer”, diz a nota.

As mortes de gestantes e puérperas por Covid-19 mais triplicou em 2021 em relação a 2020. Dados do Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr), mantido pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), mostram que pelo menos 1.455 gestantes e puérperas tiveram óbitos por coronavírus registrados de 1º de janeiro a 20 de outubro deste ano. No ano passado, foram 460. Nessa esteira, a taxa de mortalidade materna disparou de 6,7% em 2020 para 12,6% neste ano.

Antes, a dose de reforço se restringia a idosos e a profissionais de saúde, considerados grupos de risco para a Covid-19. Imunossuprimidos — pessoas com baixa imunidade, isto é, com câncer, HIV ou transplantadas, por exemplo — recebem a chamada dose adicional, já que precisam de uma dose extra para desenvolver uma resposta imunológica satisfatória.

(*) Com informações Agência O Globo