A atividade da indústria de transformação (produtos manufaturados, semimanufaturados e básicos) passou por expressivo ganho de participação nas vendas externas cearenses, atingindo, em 2019, a marca de 90,82% da pauta, contra o índice de 58,92%, em 1997. Tal comportamento representa uma nítida mudança de estrutura, quando passou a se concentrar nas vendas de produtos semimanufaturados, a partir de 2017, a maioria produzida pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP).
A participação da indústria de transformação na pauta de exportações cearenses é maior que a soma das participações dos produtos manufaturados e semimanufaturados, uma vez que essa atividade também exporta produtos básicos. As informações estão no Ipece Informe (nº 172 – Março/2020) – Principais Mudanças Ocorridas no Comércio Exterior Cearense por Atividades Econômicas Entre os Anos de 1997 a 2019, publicação do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
O trabalho de Ipece deixa claro que, em 2019, as exportações da atividade da indústria de transformação cearense passaram a se concentrar fortemente em produtos semimanufaturados (63,78%), ou seja, em produtos que passaram por alguma transformação, por outras fases de processamento, até chegarem à sua forma final para se transformarem em produto manufaturado. Foram seguidos pelo manufaturados , com 32,01%, e pelos e básicos, com 4,21% “revelando um forte mudança na estrutura das vendas da atividade da indústria de transformação na pauta de exportações cearenses. Na sequência, a atividade da indústria extrativa também ganhou participação na pauta de exportações cearenses entre os anos de 1997 (0,15%) e 2019 (1,39%).
O trabalho, que tem como um dos de autores o analista de Políticas Públicas Alexsandre Lira Cavalcante, e que está disponibilizada na página do Instituto, também revela que a atividade da agropecuária passou por forte redução na pauta de exportações cearenses. A atividade da agropecuária participava com 39,57% das exportações cearenses, em 1997, reduzindo bastante sua importância para 7,52%, em 2019. Entre esses anos, as vendas da agropecuária foram concentradas em produtos básicos, com participação de quase 100% em 2019, não sofrendo nenhuma transformação tão forte nos seus produtos. Movimento semelhante também foi observado nas importações desta atividade, que também se concentrou em produtos básicos.
Importações
A atividade da agropecuária participava com 36,93% das importações cearenses, em 1997, reduzindo bastante sua importância para 10,04%, em 2019 – observa o Analista de Políticas Públicas. As compras cearenses de produtos da atividade da agropecuária são concentradas em produtos básicos, ou seja, produtos de baixo valor agregado e normalmente intensivo em mão-de-obra, tendo atingido participações próximas a 100% ao longo dos anos. Já a atividade da indústria de transformação ganhou participação nas aquisições externas cearenses, passando de 59,78%, em 1997, para 63,18%, em 2019, tendo atingido um pico de participação de 86,75%, em 2006.
Já atividade da indústria extrativa foi a que registrou o maior ganho de participação na pauta de importações cearenses entre os anos de 1997 (3,17%) e 2019 (24,57%). Chama atenção a inversão de participação nas compras de produtos manufaturados e básicos por esta indústria. Em 1997, as compras realizadas pela indústria extrativa concentravam-se principalmente em produtos manufaturados (90,57%), seguido pelas compras de produtos básicos (9,43%). Em 2019, esta indústria cearense importou principalmente produtos básicos (96,27%) e uma pequena parcela de produtos manufaturados (3,73%).
(*)com informação do Governo do Estado do Ceará