O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,33% em julho, quase 1 ponto percentual abaixo do registrado no mês anterior, quando a taxa disparou 1,26% em meio à alta de preços provocada pela greve dos caminhoneiros, divulgou nesta quarta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
IPCA em julho:
- Taxa no mês: 0,33%
- Acumulado no ano: 2,94%
- Acumulado em 12 meses: 4,48%
No acumulado em 12 meses, o índice ficou em 4,48%, acima dos 4,39% dos 12 meses imediatamente anteriores, mas ainda dentro da meta central do Banco Central, que é de 4,5% para o ano. No acumulado nos 7 primeiros meses do ano, a alta é de 2,94%.
Apesar da desaceleração, o resultado do IPCA veio um pouco acima do esperado. Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 0,27% em julho, acumulando em 12 meses avanço de 4,40%.
Custo da energia elétrica sobe 5,33% em julho
Os preços relacionados à habitação (alta de 1,54%) e transportes (alta de 0,49%) desaceleraram de junho para julho, mas foram os que mais pesaram na inflação de julho. Já o custo da energia elétrica teve alta de 5,33% no mês e foi o que exerceu o principal impacto no índice, respondendo sozinho por 0,20 ponto percentual da variação de 0,33% do IPCA.
Além da continuidade da vigência da bandeira tarifária no patamar 2 da cor vermelha, o mais alto do sistema, foram autorizados reajustes na conta de luz de regiões como São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Curitiba.
E a tendência continua de alta no preço da energia. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou na terça-feira que os consumidores irão pagar R$ 1,4 bilhão a mais para cobrir déficit do setor.
No segmento transportes, a alta mensal foi puxada pelos preços das passagens aéreas (44,51%) e do ônibus interestadual (8,7%). Por outro lado, houve queda nos preços dos combustíveis (-1,8%), com deflação nos preços da gasolina (-1,01%) e do etanol (-5,48%), que haviam subido, respectivamente, 5% e 4,22% em junho.
Já os grupos alimentação, vestuário e educação tiveram deflação e foram os principais responsáveis pela desaceleração do índice na comparação com junho.
Variação do IPCA em julho por setor:
- Alimentação e Bebidas: -0,12%
- Habitação: 1,54%
- Artigos de Residência: 0,47%
- Vestuário: -0,60%
- Transportes: 0,49%
- Saúde e Cuidados Pessoais: 0,07%
- Despesas Pessoais: 0,31%
- Educação: -0,08%
- Comunicação: 0,08%
Meta de inflação
A previsão dos analistas aponta para uma inflação de 4,11% em 2018, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.
O percentual esperado pelo mercado continua abaixo da meta de inflação que o Banco Central precisa perseguir neste ano, que é de 4,5% e dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema – a meta terá sido cumprida pelo BC se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficar entre 3% e 6%.
Na véspera, o Banco Central informou, por meio da ata da última reunião Comitê de Política Monetária (Copom), que o forte avanço da inflação em junho refletiu efeitos da paralisação no setor de transportes e que os “efeitos desses choques devem ser temporários”. Segundo o BC, na ausência de “choques adicionais” sobre a economia, o cenário inflacionário deve revelar-se “confortável” para o cumprimento da meta em 2018 e 2019, sem necessidade aumento de juros.
Para 2018, a meta central de inflação é de 4,5% (com teto de 6,5%) e, para 2019, é de 4,25% (teto de 5,75%).
Com a manutenção dos juros básicos em 6,5% ao ano na semana passada, a terceira consecutiva, a taxa Selic continuou no menor nível da série histórica do Banco Central – que teve início em 1986.
Inflação por regiões
Dentre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE, quatro tiveram índice superior a 0,33%: São Paulo (0,63%), Rio de Janeiro (0,59%), Brasília (0,58%) e Rio Branco (0,51%). Outras seis, no entanto, registraram deflação no mês: Goiânia (-0,05%), Aracaju (-0,06%), Recife (-0,07%), Fortaleza (-0,09%), São Luís (-0,28%) e Campo Grande (-0,37%).
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, e abrange 10 regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 28 de junho a 27 de julho de 2018 com os preços vigentes no período de 30 de maio a 27 de junho de 2018.
INPC varia 0,25% em julho
O IBGE também divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), referência para reajustes salariais, subiu 0,25% em julho, acima da variação de 1,43% de abril.
No ano, o acumulado foi de 2,83%. Em 12 meses, ficou em 3,61%, acima dos 3,53% dos 12 meses imediatamente anteriores.
Com informação do G1