Em dezembro, o IPCA subiu 0,30%, uma aceleração em relação ao resultado de novembro (+0,18%). Os itens que mais pressionaram a inflação no último mês de 2016 foram passagens aéreas (aumento de 26,29%), gasolina (aumento de 1,75%), e cigarros (aumento de 4,80%). Ainda assim, o IPCA de dezembro foi o mais baixo para esse mês desde 2008 (0,28%).
Apesar de ter ficado, em média, na margem de tolerância, o IPCA furou os 6,5% em sete das 13 regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE. O maior resultado foi registrado em Fortaleza, onde os aumentos de preços alcançaram 8,34% em 2016, seguida por Campo Grande (7,52%); Recife, 7,10%; Porto Alegre, 6,95%; Belém, 6,77%; Salvador, 6,72%; e Belo Horizonte, 6,60%.
O encarecimento dos alimentos, que respondem por 25% do IPCA, foi o que puxou os resultados da inflação no mês e no ano. O IBGE destaca que, em um ano em que a produção agrícola ficou 12% abaixo da colhida em 2015, o consumidor passou a pagar, em média, 8,62% mais caro do que em 2015 para adquirir alimentos. Os alimentos para consumo em casa subiram 9,36%, enquanto a alimentação consumida fora de casa subiu 7,22%.
O grupo de saúde e cuidados pessoais foi o com maior alta acumulada no ano (11,04%) e o único dos nove pesquisados pelo IBGE cujos preços subiram mais em 2016 do que em 2015. A maior pressão veio das mensalidades dos planos de saúde (13,55%), a maior alta desde 1997, seguidos pelos remédios (+,12,5%, maior elevação desde 2000).
Nesta quarta-feira, 11, o Banco Central também decide a taxa básica de juros da economia, a Selic. A expectativa do mercado é de um corte de 0,50 ponto porcentual do juro, embora boa parte do mercado já projete uma redução de 0,75 ponto.
O presidente do BC, Ilan Goldfajn, tem reiterado que seu objetivo é o levar a inflação para o centro da meta em 2017 e, recentemente, afirmou que ela está declinando no Brasil e as expectativas estão bem ancoradas, abrindo espaço para afrouxamento monetário.
O BC começou a reduzir a Selic em outubro passado e, de lá para cá, fez dois cortes de 0,25 ponto percentual cada, para os atuais 13,75%. Mas recebeu algumas críticas de que poderia ter sido mais ousado diante da forte recessão econômica.
Baixa renda. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), conhecido como “inflação da baixa renda”, subiu 0,14% em dezembro, após ter registrado alta de 0,07% em novembro. Como resultado, o índice encerrou 2016 com uma elevação acumulada de 6,58%.
O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.
Com informações O Estado de São Paulo