O trabalho informal e benefícios do governo são responsáveis por 40% da renda das famílias no Brasil. Por outro lado, a contribuição do salário vem diminuindo. Em 2014, esses rendimentos respondiam apenas por um terço da renda familiar.
Os números são da consultoria britânica Kantar WorldPanel, que visita semanalmente 11 mil domicílios para radiografar o consumo no Brasil. Uma vez por ano, a consultoria investiga como o brasileiro banca despesas básicas, como alimentação, saúde, habitação e transporte.
Informalidade no Ceará
No Ceará, segundo o último levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), a informalidade, mesmo para quem possui alguma formação profissional, tem sido alternativa para garantir a renda e o pagamento das contas.
Segundo a pesquisa, no segundo trimestre de 2018, de abril a junho, o estado encerrou com mais de 1 milhão de pessoas na informalidade, aumento de 6,13% em relação ao mesmo período de 2017, quando o Ceará contava com 946 mil pessoas nessa situação.
Economia no Brasil
Apesar de a economia ter voltado a crescer em 2017, o desemprego recuou muito pouco e continua em níveis elevados. Com isso, a participação do salário vem diminuindo no orçamento familiar. Em 2014, respondia por 63% da renda dos domicílios. No ano passado, a fatia recuou para 56%.
No Norte e Nordeste, os salários contribuíram o ano passado para 47% da receita doméstica, enquanto bicos e benefícios somaram 49%. Os 4% restantes vieram de outros tipos de ganhos, como doações, herança ou aluguéis.
Dívida
O estudo mostra que, pelo terceiro ano seguido, o gasto médio com despesas básicas tem superado a renda familiar em torno de 2%. No ano passado, a renda média mensal por domicílio foi de R$ 3.173, enquanto a despesa média mensal ficou em R$ 3.241.