O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começou a pagar na segunda-feira (dia 26) a primeira parcela do 13º salário dos aposentados e pensionistas. Para economistas, a metade do abono deve ser utilizada preferencialmente para quitar dívidas. No atual cenário econômico, a recomendação é que o consumo seja a última opção.

Professor de Finanças do Ibmec/RJ e economista da Órama, Alexandre Espírito Santo afirma que o momento favorece a renegociação de dívidas:

— O melhor nesse momento é pagar as dívidas, começando pela mais cara, e tentar renegociar. A gente está vivendo um momento muito difícil da economia, que está demorando a pegar tração. O desemprego ainda está muito alto. Então, o cenário está complicado para todo mundo. O aposentado pode sentar com o gerente do banco e negociar, seja pedindo um desconto para a quitação da dívida ou uma taxa de juros mais barata — aconselha Espírito Santo.

Para o aposentado ou o pensionista que não tem dívidas, a dica do coordenador do MBA em Gestão Financeira da FGV, Ricardo Teixeira, é guardar a primeira parcela do 13º até o fim do ano, para só então decidir como gastar o dinheiro.

— Ficará mais fácil se planejar quando tiver todo o montante do 13º na mão para decidir, então, como irá atuar. O melhor nesse momento é evitar gastar o dinheiro, a não ser que seja para uma necessidade ou para compra de um bem que esteja precisando muito, como um eletrodoméstico, por exemplo — avalia.

Caso o beneficiário do INSS decida aplicar o dinheiro do abono, a recomendação é optar por investimentos com baixo risco e liquidez diária, ou seja, em que o recurso possa ser retirado no mesmo dia.

— Pessoas que são muito idosas não podem correr muito risco. Tem algumas opções boas de renda fixa que ainda são interessantes, assim como fundos imobiliários. Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são boas opções porque não pagam Imposto de Renda. A essa altura do campeonato, o investidor tem que ser mais conservador, mas o ideal é evitar a caderneta de poupança, que rende menos e tem o problema de ter que esperar a data do aniversário da conta para sacar — explica Espírito Santo.

Quem tem direito

A antecipação do 13º salário vai beneficiar, além dos aposentados e pensionistas, aqueles que, durante o ano, tenham recebido benefícios como auxílio-doença, acidente ou reclusão. No Estado do Rio, do total de 2.977.579 segurados, 2.614.042 de pessoas têm direito à metade do abono de fim de ano, com um total de R$ 2,25 bilhões.

Quem recebe Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas) — pago pelo INSS a idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência cuja renda mensal por pessoa da família é de até R$ 249,50 (25% do salário mínimo) — não faz jus ao 13º salário. Também não tem direito ao abono quem ganha Renda Mensal Vitalícia.

A data de pagamento varia de acordo com o número final do benefício. O dinheiro será depositado junto com a folha mensal de agosto. Não haverá desconto de Imposto de Renda nessa primeira parcela. Ele será aplicado na segunda parte do abono, pago em novembro e dezembro.

 

 

 

 

 

 

(*)com informação do Jornal Extra