Fortaleza continua detentora da maior fatia do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará de 2021, já que tem 37,68% (R$ 73,43 bilhões) do PIB Estadual (R$ 194,88 bilhões). No entanto, nos últimos 19 anos perdeu participação, pois em 2002 seu PIB era equivalente a 46,71% (R$ 13,41 bilhões) do total de toda a atividade do Estado. Em 2010, a Capital cearense detinha 46,64% (R$ 37 bilhões) do PIB estadual e em 2020 38,84% (R$ 64,82 bilhões).
A constatação da perda na participação do PIB de Fortaleza em relação ao total do Ceará – o que mostra o esforço das políticas públicas para desconcentrar renda e trabalho– está no trabalho Produto Interno Bruto Municipal (Nº 07 – Dezembro/2023) – Produto Interno Bruto Municipal. O estudo, que analisa o PIB dos 184 municípios cearenses em quatro anos distintos: 2002, 2010, 2020 e 2021, apresenta um conjunto de variáveis, que envolve, por exemplo, valor adicionado bruto dos três segmentos que compõem o PIB (Agropecuária, Indústria e Serviços), impostos sobre produtos, líquidos de subsídios e PIB per capita.
A publicação foi divulgada simultaneamente na manhã de hoje (15), pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, tendo à frente o analista de Políticas Públicas do Ipece Daniel Suliano, Helder Rocha, analista do IBGE/Ceará e Francisco Lopes, superintendente do IBGE no Ceará. O trabalho, inclusive, é apenas uma parte de um amplo documento elaborado pelo IBGE, também divulgado no mesmo horário, e que engloba todos os 5.570 municípios brasileiros. Os dados são relativos a 2021 e trazem os números consolidados do PIB. O diretor geral do Ipece, Alfredo Pessoa, fez a abertura do evento.
Os dez municípios com maior participação no PIB do Ceará, em 2021, além de Fortaleza, cujos números já foram mostrados, são: Maracanaú, que passou de uma participação de 5,82% do PIB em 2002 para 6,33% em 2021; Caucaia com 5,34%; São Gonçalo do Amarante, 4,43% (em 2002 ocupava a 44ª colocação de participação no PIB estadual e em 2021 a 4ª); Sobral, 2,77%; Juazeiro do Norte, com 2,62%; Aquiraz, 1,98% (saiu da 13ª posição em 2002 para a 7ª em 2021); Eusébio, 1,84%; Horizonte, 1,09% e Iguatu, com 0,98%. Dos dez melhores colocados, seis estão na Grande Região de Fortaleza e três em outras, no caso, Sertão de Sobral; Cariri e Centro Sul.
PER CAPITA
De acordo com o trabalho, que tem como autores os analistas de Políticas Públicas Daniel Suliano; Alexsandre Cavalcante; Cleyber Medeiros; Nicolino Trompieri; Paulo Pontes e Witalo Paiva e a assessora Técnicos Ana Cristina Lima Maia, da Diretoria de Estudos Econômicos (Diec), que tem como titular Ricardo Pereira, os dez municípios cearenses que apresentaram maior PIB per capita em 2021, foram: São Gonçalo do Amarante (R$ 175,10 mil), Eusébio (R$ 65,00 mil), Maracanaú (R$ 53,41 mil), Aquiraz (R$ 47,24 mil), Pereiro (R$ 34,27 mil), Itaitinga (R$ 32,56 mil); Horizonte (R$ 30,38 mil), Quixeré (R$ 28,39 mil), Caucaia (R$ 28,22 mil) e Fortaleza (R$ 27,16 mil).
Eles ressaltam o avanço no ranking do município de São Gonçalo do Amarante, que saltou da 66ª posição em 2002 para a 1ª posição em 2021 (ocupada também em 2020); Pereiro, que em 2002 estava na 100ª posição e agora ocupa a quinta; Itaitinga saiu do 105º lugar para a sexta posição, isso de 2002 para 2021, e Caucaia, de 26ª no ranking para a nona, na mesma comparação. Fortaleza, estava na sétima posição em 2002 e agora está na 10ª. O crescimento econômico observado no município de São Gonçalo do Amarante está relacionado com o Complexo Industrial do Porto do Pecém (CIPP). Já no caso de Pereiro, o valor adicionado do município tem sido impulsionado pelo segmento de telecomunicações.
Daniel Suliano, analista de Políticas Públicas do Ipece e um dos autores do trabalho, observa que, dos 184 municípios cearenses, 102 detinham participação no PIB estadual abaixo de 1% e outros 73 até 0,1%.
ESTUDO
O documento tem como objetivo a divulgação do resultado consolidado para o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios do Estado do Ceará de 2021, ano subsequente da pandemia da Covid-19, a qual assolou toda a economia mundial. As estimativas do PIB dos municípios é um projeto iniciado em 2000, com primeira divulgação em 2005 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, entre os quais o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). A partir de 2007 todas as Unidades da Federação (UFs) aderiram ao projeto.
Dados do Sistema de Contas Nacionais (SCN) divulgados pelo IBGE mostraram que o PIB do Brasil cresceu 4,8% em 2021, recuperando a queda de 3,3% em 2020, por conta da pandemia da Covid-19. Nesse mesmo ano, o Estado do Ceará cresceu na mesma ordem de magnitude de acordo com as informações das Contas Regionais 2021.
O cálculo do PIB dos Municípios obedece a uma metodologia uniforme para todas as Unidades da Federação e é integrado, conceitualmente, aos procedimentos adotados nos Sistemas de Contas Nacionais e Regionais do Brasil. Dessa maneira, seus resultados são coerentes e comparáveis entre si e com os resultados nacional e regional. Essa metodologia também se baseia na distribuição do valor adicionado bruto das atividades econômicas de cada Unidade da Federação entre os seus respectivos municípios. A defasagem na divulgação se faz necessária porque os cálculos do PIB dos Municípios dependem dos resultados das Contas Nacionais e Regionais, de dados provenientes de outras pesquisas do IBGE e do acesso a dados administrativos de outros órgãos.
A publicação apresenta o seguinte conjunto de variáveis: valor adicionado bruto da Agropecuária, da Indústria e dos Serviços, impostos sobre produtos, líquidos de subsídios, PIB e PIB per capita. Além das informações anteriormente mencionadas destaca-se, dentro dos Serviços, a abertura do valor adicionado bruto corrente da Administração, saúde e educação públicas e seguridade social, devido à importância desta atividade em muitas economias municipais.