O presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR), disse, na manhã desta terça-feira, que o partido terá candidato próprio à Presidência pela primeira vez após mais de 20 anos. O anúncio foi feito em café da manhã promovido pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig). A sigla, segundo Jucá, vai apoiar a candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. A informação é do site Congresso em Foco.

Com apoio dos correligionários, Meirelles vai discursar no lançamento do documento “Encontro com o Futuro”, uma peça de 45 páginas que destaca as ações do governo Michel Temer e defende o aprofundamento das reformas, como a da Previdência, e a redução das despesas obrigatórias da União. A declaração de apoio ao ex-ministro confirma o sepultamento da candidatura de Temer à reeleição, cujos rumores eram alimentados pelo próprio presidente.

O texto, elaborado pela Fundação Ulysses Guimarães, servirá de guia para a candidatura de Meirelles. “O documento do MDB que iremos lançar hoje irá balizar o partido nas próximas eleições. Há três anos, o partido vem se posicionando. Tivemos o Ponte para o Futuro, a Travessia Social e agora o Encontro com o Futuro. É o conteúdo programático do partido”, diz Jucá.

Na avaliação do presidente do MDB, Meirelles combina a figura de um “outsider”, por nunca ter exercido mandatos eletivos, com a de um político experiente no comando da economia do país, por ter sido presidente do Banco Central e do ministro da Fazenda.

Em sua cartilha, o partido defende que o eleitor terá duas opções este ano: “Continuar políticas que deram certo, e que estão impulsionando a recuperação da economia, ou voltar às que causaram recessão, desemprego, inflação e aumento da pobreza”.

O partido compara o cenário em que encontrou ao assumir a Presidência ao de terra arrasada. Não faz referência, contudo, de que também participava da gestão anterior, inclusive com a presença de Temer na vice-presidência. “Não podemos nunca nos esquecer que o governo que provocou a crise foi durante quase todo o tempo aprovado pela maioria, e que o que corrigiu aqueles erros, com resultados inequívocos, é reprovado”, afirma em alusão aos índices recordes de rejeição ao atual.