Os bastidores políticos tendem a ser ainda mais agitados nesta segunda quinzena de fevereiro e, principalmente, no período de 3 de março a 1º de abril quando deputados estaduais, distritais e federais poderão mudar de partido sem prejuízos ao mandato. A chamada janela partidária será marcada pela migração de parlamentares entre siglas e intensificará as articulações para montagem de palanques aos governos estaduais e ao Palácio do Planalto.
O quadro atual de pré-candidatos à Presidência da República pode sofrer alterações com os movimentos que estão sendo realizados pelos dirigentes do MDB, PSDB e União Brasil na tentativa de construir um palanque de terceira via. Outra ação que desperta os olhares de lideranças políticas é do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que, nessa terça-feira, durante jantar com deputados do partido, sinalizpu que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, deve confirmar nas próximas semanas a saída do PSDB. O caminho para Leite, que chegaria na condição de presidente da República, seria o PSD.
As informações de bastidores apontam que, se anunciar a desistência pela pré-candidatura ao Palácio do Planalto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), deixará um vácuo que poderá ser preenchido pelo governador gaúcho. Kassab, ao revelar em entrevista a jornalista Andreia Sadi, da Globo News, as primeiras conversas com Eduardo Leite deu sinais de que Pacheco não seria candidato à sucessão presidencial.
Uma informação do Jornal Valor Econômico, edição desta quinta-feira, indica que deputados e senadores do PSD consideram a filiação de Leite como “praticamente irreversível” e acreditam que o presidente do Senado pode até mesmo antecipar sua desistência para que o governador do Rio Grande do Sul desembarque mais cedo do PSDB.
Eduardo Leire exerce o primeiro mandato de governador, tem direito a concorrer à reeleição, mas mantém o discurso de que não entraria na briga para ficar mais quatro anos no cargo. Com perfil moderado e de diálogo, Leite se inseriu no contexto nacional e tem o senador Tasso Jereissati como um dos principais simpatizantes e apoiadores.
Considerado uma das revelações da política nacional, Leite tentou um vôo mais alto, se lançou pré-candidato pelo PSDB, mas, nas prévias internas, perdeu para o Governador de São Paulo, João Doria. O estilo Doria desagradou, porém, os tucanos e, com apenas dois pontos nas pesquisas de intenção de votos, o governador de São Paulo não tem atraído apoio dentro ou fora do PSDB.
O governador de São Paulo, João Doria, foi confirmado como pré-candidato do PSDB à Presidência após derrotar Leite e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio nas prévias da legenda. Apoiadores de Leite na disputa interna também tem indicado que sairão da sigla comandada por Bruno Araújo. Cada um deles deve definir o futuro partidário considerando questões regionais.