Após o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, fala que terminará ainda em 2018 as investigações em todos os inquéritos da Operação Lava-Jato que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), o superintendente da Polícia Federal no Paraná, Maurício Valeixo, apresenta a chegada a Curitiba de uma nova leva de 53 inquéritos, desmembrados de investigações que correm na Corte. Parte expressiva do material se refere a desdobramentos das delações de executivos da Odebrecht. Em entrevista ao Jornal O Globo, o superintendente não estabeleceu prazo para o fim dos trabalhos e assegurou que haverá aumento do efetivo que atua na Lava-Jato.

Um encontro com a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, Segovia afirmou que concluirá todos os outros inquéritos que apuram supostos crimes cometidos por autoridades com foro privilegiado — cerca de 200, metade relacionada com a Lava-Jato. A maioria seria encerrada nos próximos oito meses, segundo o diretor-geral — portanto, antes do primeiro turno das eleições. Segovia, no entanto, afirmou que não faz o cálculo sobre eventual influência da aceleração dos inquéritos nas eleições neste ano.

Questionado pelos jornalistas se a meta inclui o inquérito que investiga o presidente Michel Temer, o diretor-geral da PF disse que sim. Temer é investigado no STF por suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, num inquérito que apura se um decreto presidencial de 2017 beneficiou a Rodrimar, empresa que atua no Porto de Santos (SP). A Polícia Federal já encaminhou uma lista de 50 perguntas ao presidente, para que ele responda por escrito.

Já o novo chefe da Polícia Federal em Curitiba disse que precisará de mais analistas e peritos para auxiliar na apuração de casos que envolvem o sistema Drousys, uma espécie de arquivo digital gigantesco que reúne informações sobre pagamentos de propina da Odebrecht no Brasil e no exterior. Dados do Drousys têm sido extraídos inclusive para subsidiar investigações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Com informações do Jornal O Globo