As derrotas no Congresso Nacional, as dificuldades para consolidação de uma base parlamentar mais ampla e os contratempos na área de comunicação levaram o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães, a defender, em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, uma reforma na equipe ministerial e uma balançada geral na agenda do PT como estratégia para o enfrentamento do bolsonarismo nas ruas e nas redes sociais.

Guimarães reconhece os percalços políticos e chega a dizer que, se estivesse tudo bem, o presidente Lula estaria com a popularidade nas alturas. Segundo Guimarães, toda renovação é bem-vinda e que é preciso evitar a acomodação.

“Toda renovação é bem-vinda. Evidentemente que o presidente é quem encaminha. Mas às vezes nós temos que evitar em qualquer governo a acomodação, a sensação de que está tudo bem. Se estivesse tudo bem, o Lula estava com seus 80% de aceitação. Não está tudo bem”, destacou José Guimarães, ao admitir a necessidade de mudanças no primeiro escalão do governo.

MUDANÇAS NA ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO

Guimarães reconhece, ainda, que a área de comunicação precisa ser repensada, não, em si, com troca de nome, mas redefinição de estratégia.


O terceiro governo Lula, segundo ele, entregou demais, mas nem sempre o fruto desse trabalho chega à população, inclusive porque alguns programas sociais retomados pelo Palácio do Planalto já estão incorporados como políticas de Estado, não como novas conquistas.

Ao ser questionado sobre a queda de popularidade da gestão petista, Guimarães avalia que não se trata de desgaste, mas de uma necessidade de avançar na comunicação.


‘’Não é desgaste. É a manutenção da mesma toada que nós tivemos na eleição. Nós temos que avançar. Tem tempo ainda para reformular muitas coisas. Eu acho que dá tempo da gente reverter isso para Lula chegar a um índice de aceitação grande em 2026″, observou.

FORÇA DO BOLSONARISMO


Guimarães sabe que a reavaliação sobre os rumos do governo exige tomada de decisões para neutralizar, ao mesmo tempo, a força do bolsonarismo. Ele considera que os oposicionistas construíram um Estado à parte, fundado em fake news, e o país está dividido e, por isso, o governo não pode se dar ao luxo de errar. “O país é 50% nós e 50% com eles’’, comenta.


Ao defender uma chacoalhada geral no PT, Guimarães expõe o desejo de concorrer à Presidência Nacional do partido e acha que está na hora do comando da sigla ficar nas mãos de um nordestino: “Por que não o Nordeste pela primeira vez depois do [José Eduardo] Dutra, por que não ter um nordestino na presidência do PT? Por que não eu? Por que não Humberto [Costa]? Por que não outros nomes do Nordeste? O Nordeste continua o sustentáculo maior do PT”, ressaltou o líder petista.

DERRUBADA DE VETOS


O Jornal Alerta Geral repercute, nesta quarta-feira, a mais nova derrota que o Governo Federal sofreu com a derrubada do veto presidencial à saidinha de presos do regime semiaberto. O repórter Carlos Alberto destaca os bastidores da votação, enquanto o jornalista Beto Almeida fala sobre os contratempos na relação entre Executivo e Legislativo.


Gerado pela FM 104.3 – Expresso Grande Fortaleza, o Jornal Alerta Geral tem transmissão pelas redes sociais e, também, pelas emissoras de rádio do Sistema Ceará Agora de Comunicação e Rede Somzoom Sat.