A suspensão de atividades em quadro cidades do Estado de São Paulo, que enfrentam superlotação nas redes pública e privada de saúde, é um alerta às autoridades sanitárias e aos gestores dos municípios do Ceará, especialmente, da Região Metropolitana de Fortaleza. Em São Paulo, as cidades de Araraquara, Boa Esperança do Sul, Santa Lúcia e Américo Brasiliense entraram em lockdown total. Com base nas projeções da área da saúde. é que, ao final de março, o Ceará enfrente o pico da doença nessa nova fase da pandemia.

A escalada da pandemia da Covid-19, com novos casos registrados nos últimos dias, gera ainda mais tensão entre as autoridades de saúde do Ceará. Há motivos para a angústia: não para de crescer a procura por atendimento em UPAs e hospitais públicas e particulares no Interior do Estado e na Região Metropolitana de Fortaleza.

A busca para consultas e internação em enfermarias que, no primeiro momento, não precisa de UTI, aumentou e os relatos nos bastidores médicos revelam não apenas a escassez de leitos, mas, também, o cansaço dos profissionais de saúde com jornadas de trabalho extenuantes.

A situação se torna ainda mais grave quando o estado do paciente com a Covid exige um leito de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). A ameaça de colapso nos hospitais levou o Governador Camilo Santana (PT) a decretar, na última quinta-feira, medidas mais restritivas ao funcionamento de atividades econômicas não-essenciais e a instituir, também, o toque de recolher entre 22 horas e 5 horas. As restrições fizeram as escolas públicas e privadas suspenderem aulas presenciais, sendo mantido, porém, o funcionamento do ensino infantil para criança de até 3 anos de idade.

SÃO PAULO X CEARÁ

A decisão dos prefeitos das cidades de Araraquara, Boa Esperança do Sul, Santa Lúcia e Américo Brasiliense, no Interior de São Paulo, em impor o lockdown – medida que restringe até o funcionamento de serviços essenciais, como, por exemplo postos de combustíveis, foi tomada após o aumento na notificação dos casos da variante da Covid-19.

O Ceará já registra pico na quantidade de pessoas infectadas pela doença e apresenta um quadro de gravidade igual ou ainda pior em relação ao cenário que levou as cidades do Interior de São Paulo a entrarem em lockdown: mais casos da Covid-19, mais lotação de hospitais públicos e privados e mais cansaço entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Ou seja, a ameaça de lockdown é perceptível e se tornará real se as últimas medidas oficializadas pelo Governo do Estado não forem seguidas à risca.