Fora do poder e sem lideranças de expressão nacional, o PSDB continua definhando em todo o Brasil. O desastre nas eleições de 2022, quando a sigla se aliou ao MDB e saiu das urnas com a menor bancada de deputados federais dos seus 34 anos de história, esvaziou ainda mais o partido que, por dois mandatos, comandou o País sob a liderança de Fernando Henrique Cardoso.

A derrota no Estado de São Paulo, onde o PSDB manteve por 28 anos o Governo Estadual, teve impacto nacional e, nesse momento, os dirigentes tentam se mobilizar para evitar sangria ainda maior nos quadros da agremiação. Sem a caneta do Executivo – seja em Brasília ou nos Estados, ameaça deixar o PSDB ainda mais magro a caminho das eleições de 2024.

DEFECÇÕES EM SÃO PAULO

Em São Paulo, os tucanos convivem com a migração de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e pré-candidatos às eleições de 2024 em direção a outras siglas – como PL, PSD, Republicanos, PSB e PP. Há poucos dias, o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, ex-governador por quatro mandatos e ex-tucano, abonou a ficha de filiação ao PSB do ex-prefeito de Barueri, ex-tucano Rubens Furlan.

Com o discurso de que o PSDB perdeu a sua identidade o prefeito de Jundiaí (SP), Luiz Fernando Machado, está de malas prontas para desembarcar no PL, sigla aliada ao Governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, que é filiado ao Republicanos.

O desarranjo do PSDB no maior colégio eleitoral do País é consequência, além da fadiga de poder, ao desastre chamado João Doria que, como governador, isolou o antecessor e padrinho político Geraldo Alckmin e dividiu a sigla na disputa das prévias para escolha do candidato ao Palácio do Planalto. Doria ganhou as prévias contra o atual governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, mas, sem apoio, declinou da candidatura presidencial e, também, de concorrer à reeleição.

O movimento de João Doria deixou o ninho tucano em crise, com um partido sem força política, nem eleitoral. Agora, Eduardo Leite tenta renovar a sigla e recuperar terreno na eleição municipal de 2024 para sonhar com a disputa presidencial de 2026. No Ceará, o PSDB sofre esvaziamento desde 2002 quando perdeu o Governo do Estado e, sob a liderança do então senador Tasso Jereissati, chegou ao apogeu e desceu para a planície, ficando hoje com apenas uma deputada estadual e sem representante na Câmara Federal.