O ex-senador Luiz Pontes divulgou, nesta quarta-feira, nota com restrições a uma possível aliança do PSDB com o PT na disputa ao Governo do Estado. A manifestação é exposta poucas horas após o presidente da Executiva Regional do PSDB, Chiquinho Feitosa, participar de uma reunião com dirigentes do PT, MDB, PC do B, PV e PP. Chiquinho disse, após a reunião, que vai aguardar o retorno do senador Tasso Jeteissati ao Ceará para discutir os rumos do PSDB na sucessão estadual. O senador Tasso Jereissati se antecipou para dizer que o PSDB ainda não tomou nenhuma decisão sobre apoio a um dos candidatos ao Governo do Estado!

A nota de Luiz Pontes relata o histórico de conflitos entre o PT e PSDB. Considera que, pela história dessas divergências, o PSDB não pode embarcar na aliança com o PT. Pontes reconhece que, como presidente regional, Chiquinho Feitosa está legitimado para participar das reuniões com outras siglas, mas é preciso que a decisão sobre o futuro do partido seja adotada com os membros do Diretório Estadual.

Abaixo nota assinada pelo ex-presidente do PSDB, Luiz Pontes:

Chiquinho Feitosa, como presidente do PSDB, tem autoridade e está legitimado para dialogar com todas as representações políticas em busca de um projeto melhor para o Ceará. No entanto, qualquer decisao a ser tomada, torna-se imprescindível ouvir as instâncias do partido. Como um dos fundadores do PSDB no Ceará, entendo que nossas diferenças com o PT são históricas e profundas. É do conhecimento de todos que o PT foi contra todos os grandes projetos estruturantes criados pelo PSDB no nosso Estado, como Castanhão, Caminho das Águas, interiorização das indústrias e Porto do Pecém. Os petistas também votaram, de forma sistemática, contra os interesses do Brasil e dos brasileiros.Além de ficar contra o Plano Real, que garantiu a estabilização econômica do país, o PT prosseguiu se posicionando contra a universalização do ensino fundamental, as privatizações e a democratização das telecomunicações, as reformas administrativa e da Previdência e a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Diante disso, considero improvável qualquer tentativa de apoio à uma candidatura liderada pelo PT no Ceará. Não consigo imaginar a possibilidade real de o PSDB sentar à mesa com o deputado José Guimarães para capitanear uma candidatura a governador e discutir projetos em comum de interesse do povo cearense. Do mesmo modo, considero inapropriado declarações do ex-governador Camilo Santana e do deputado Acrísio Sena, incluindo o PSDB no rol de siglas aliadas ao seu projeto de oposição. O PSDB vai buscar o que é melhor para o Ceará como sempre fez. Foi assim quando decidiu apoiar, em primeira hora, a candidatura de José Sarto à Prefeitura da Capital por entender que ele representava o melhor projeto para a nossa cidade.

Na questão atual do impasse vivido no arco de aliança governista entre a governadora Izolda Cela e Roberto Claudio, isso diz respeito ao PDT, foi decidido na mais plena democria interna do partido, onde o pré-candidato Roberto Claudio alcançou maioria absoluta entre os membros do diretório estadual. Cabe a nós respeitar a decisão e prosseguirmos focados em tomar nossas próprias decisões, de acordo com nossos objetivos e do que entendemos ser o melhor para o Ceará. Mas são medidas a serem tomadas de forma consensual e amadurecida. No momento certo, o senador Tasso Jereissati ira ouvir o partido como fez na eleição de 2020 e em outros momentos estratégicos recentes.

Luiz Pontes, ex- senador