O ex-presidenciável Ciro Gomes e o presidente da Executiva Nacional do PDT, Carlos Lupi, abriram, na manhã desta quinta-feira (10), uma série de reuniões para definir os rumos do partido com os Governos de Elmano de Freitas e de Luiz Inácio Lula da Silva. Os pedetistas enfrentam a difícil tarefa de reunificar a sigla após a divisão provocada na disputa ao Governo do Estado.

A primeira conversa, entre Ciro e Lupi, em Fortaleza, começou por volta das 9 horas e antecedeu a encontros com o ex-prefeito Roberto Cláudio, com o prefeito José Sarto e com o presidente da Executiva Regional, André Figueiredo. As lideranças estaduais e nacionais discutem se o PDT deve ocupar ou não cargos nas gestões de Elmano de Freitas e de Lula.

CENÁRIO ESTADUAL, COM DIVISÃO E DESAFIOS

O PDT elegeu 14 deputados estaduais e cinco deputados federais e, na disputa ao Governo do Estado, somou, com a candidatura de Roberto Cláudio, 14% dos votos, ficando bem distante da votação obtida pelo Capitão Wagner (União Brasil) e Elmano de Freitas (PT), que ganhou a eleição no primeiro turno.

A campanha eleitoral de 2022 dividiu o PDT após o então presidenciável Ciro Gomes, em uma articulação com Carlos Lupi e André Figueiredo, impor o nome de Roberto Cláudio como candidato ao Palácio da Abolição. A imposição do nome do ex-prefeito de Fortaleza implodiu a aliança com o PT. O senador Cid Gomes, ao lado do irmão Ivo, prefeito de Sobral, se opôs à candidatura de Roberto Cláudio e, na corrida ao Senado, decidiu apoiar o ex-governador Camilo Santana.

O gesto de Cid e Ivo Gomes foi acompanhado por mais de 30 prefeitos do PDT e por muitos deputados estaduais e lideranças municipais da agremiação que se integram ao movimento deflagrado por Camilo Santana e Cid Gomes para o lançamento da candidatura de Izolda Cela à reeleição. Ciro, porém, se opôs à mobilização e carregou a candidatura de Roberto Cláudio, o que provocou o racha no PDT.

CAMILO, CID, ELMANO E IZOLDA


A disputa ao Governo do Estado manteve a harmonia na relação política de Cid Gomes e Camilo Santana. O segundo turno da disputa à Presidência da República os deixou ainda mais unidos. Cid atendeu ao chamado de Camilo após o PDT nacional declarar apoio à candidatura de Lula e vestiu a camisa na campanha para ampliar a votação do petista no Ceará.

As conversas do senador Cid Gomes com o senador eleito Camilo Santana, com o governador eleito Elmano de Freitas e com a governadora Izolda Cela o levaram a defender que o PDT integre a base de apoio ao novo Governo na Assembleia Legislativa. Cid foi além ao dizer que ficaria alegre com a participação do PDT na administração estadual. Já Elmano de Freitas já conta como certo o apoio de, pelo menos, 10 deputados estaduais do PDT.

O racha no PDT é a principal agenda desta quarta-feira de Carlos Lupi no Ceará. Lupi está ouvindo as lideranças estaduais para definir uma diretriz sobre os rumos do partido com a administração Elmano. Há uma certeza nos bastidores políticos: a maioria dos deputados estaduais eleitos pelo PDT já conversou com Camilo e Elmano e integrará, a partir do dia primeiro de janeiro de 2023, o grupo de apoio ao Governo do Estado na Assembleia Legislativa. A decisão está tomada independente da orientação que sairá das conversas entre Carlos Lupi, Ciro Gomes, Roberto Cláudio e André Figueiredo.

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