O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), propôs, na noite dessa quarta-feira, 21, que um dos caminhos para redução de despesas do governo seria diminuir o número de ministérios. Depois de revelar que o presidente Michel Temer (MDB) chegou a cogitar a criação de um imposto para reforçar projetos de segurança, Maia voltou a dizer que a proposta não seria aprovada pela Casa.

“Aqui não passa nenhuma criação de imposto. Se alguns pensam num aumento de receita, a gente pode tratar de redução de despesa. Podemos começar reduzindo o número de ministérios, pode ser um caminho para reduzir despesas”, relatou Maia em conversa com jornalistas, em uma referência indireta à decisão de Temer de criar um Ministério da Segurança Pública.

O Ministro da Fazenda, Henrique Meireles, disse, nessa quarta-feira, que, sem a reforma previdenciária, os brasileiros poderão pagar mais impostos. O ministro afirmou, ainda, que as despesas da previdência estão em escala crescente e, caso não haja mudança na sistemática de concessão de aposentadorias e pensões, o aumento brutal da carga tributária será inevitável.

 A reforma previdenciária foi suspensa após a decretação da intervenção na segurança do Rio de Janeiro. Enquanto estiver em vigência a inteervenção (estado de sítio ou estado defesa – artigo 60, da Constituição Federal), o Congresso Nacional não pode alterar o texto constitucional.

O presidente da Câmara já decidiu que, durante o período de intervenção no Rio de Janeiro, não vai colocar em votação no plenário nenhuma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). E admitiu que, em razão do decreto, a reforma da Previdência deve ficar para o governo que tomará posse em janeiro de 2019. Para ele, só seria possível votar a matéria em novembro, após as eleições de outubro, se o presidente da República eleito defender a matéria e trabalhar pela sua aprovação antes da posse.