O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse hoje (15) que o envio ao Supremo Tribunal Federal (STF) de 83 pedidos de abertura de inquérito sobre citados na delação de ex-diretores da empreiteira Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato, não vai prejudicar o funcionamento do Congresso Nacional. Para Maia, as investigações serão uma oportunidade para esclarecer os fatos. Os pedidos foram remetidos à Corte pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sob sigilo, e os nomes dos citados não foram divulgados oficialmente.

“Para mim, o inquérito é muito importante porque vai me dar condições de esclarecer os fatos, provando que não há nada contra mim, contra minha conduta e contra minha história. O inquérito vai ser arquivado”, disse Maia, em entrevista à imprensa, depois de participar de reunião no Palácio do Planalto com os presidentes da República, Michel Temer, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

“A lista Janot não atrapalha. E o mais importante: as instituições estão funcionando. Que o Ministério da Justiça e o Ministério Público continuem avançando nas investigações, que são muito importantes, e que o Congresso continue votando as reformas de que o Brasil tanto precisa, seja na área econômica, seja na área política, para que o Brasil possa superar a crise”, acrescentou o presidente da Câmara.

A sessão plenária deliberativa da Câmara de hoje foi encerrada por falta de quórum, e a reunião de líderes partidários para definir quais partidos ou blocos parlamentares vão presidir as comissões permanentes, cancelada. “As comissões não estão funcionando não é por nenhuma crise, é apenas porque não se conseguiu ainda construir um consenso em relação à colocação de cada partido em cada comissão”, justificou Maia.

Ele disse que vai buscar consenso entre os partidos e tentar remarcar reunião de líderes para amanhã (16). Caso não haja acordo, Maia informou que a indicação dos membros das comissões deve ocorrer até a próxima terça-feira (21) pelo critério da proporcionalidade dos partidos.