O crescimento do índice de óbitos por Covid-19 em grávidas no Brasil fez com que o Ministério da Saúde sugerisse adiar o plano de mulheres que desejam ter filhos nos próximos meses. O alerta se deu em coletiva de imprensa realizada na semana passada, com o secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Raphael Câmara, por ocasião do agravamento da pandemia.

No Brasil, segundo levantamento do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19), divulgado pela Agência Brasil, cerca de 10,5 gestantes e puérperas morreram por semana em 2020, totalizando 453 mortes em 43 semanas. Em 2021, a média de óbitos por semana chegou, até 10 de abril, a 25,8 neste grupo, um total de 362 óbitos durante 14 semanas.

No Ceará, desde o início da pandemia, 18 gestantes faleceram em decorrência da Covid-19, além de 3 suspeitas, e 23 puérperas (mães de recém-nascidos) também não resistiram à doença, somado a um caso suspeito. Os dados estão no IntegraSUS, plataforma de transparência na Saúde do Estado.

Um estudo publicado em setembro de 2020 no British Medical Journal, traduzido e divulgado pelo BBC News Brasil, mostrou o risco 62% maior de internação em UTI em gestantes infectadas com o coronavírus e 88% maior a probabilidade de precisar de ventilação mecânica invasiva do que mulheres na mesma idade que não estão grávidas.

O agravamento da Covid-19 em grávidas se dá pela série de mudanças no corpo da mulher durante os meses de gestação que afetam, dentre muitas áreas, o sistema imunológico e respiratório, tornando-a ainda mais vulnerável ao vírus.

A recomendação para mulheres gestantes ou puérperas durante a pandemia é cumprir o isolamento social, usar máscara e trabalhar em regime remoto.