O Rio de Janeiro teve recordes de temperatura, ainda na primavera, e o verão promete ser ainda pior. Para escapar do calor extremo e do sol escaldante, os cariocas devem apostar na hidratação, mas sem deixar de lado outra precaução, também muito importante: o cuidado com a pele. Afinal, a exposição aos raios ultravioletas é nociva e pode ocasionar câncer de pele. A previsão do Instituto Nacional de Câncer (Inca), é que sejam registrados em 2024, no estado, 24.060 novos casos deste tipo de tumor.
Apesar de campanhas alertarem para a necessidade de proteger a pele, muita gente ainda comete erros, como passar protetor solar apenas na hora de ir à praia ou piscina. O produto deve ser usado diariamente e, em casos de muita transpiração, ser aplicado mais de uma vez. Outro equívoco costuma ser investir na proteção apenas do rosto e colo no dia a dia. Todas as áreas expostas, como braços e pernas, devem receber o produto. Os melanomas, tipo mais raro e grave da neoplasia, podem surgir em partes expostas, ou não, ao sol, como orelhas e entre os dedos, alerta Elisa Bouret, oncologista da Oncoclínicas Rio de Janeiro, lembrando que o horário de maior incidência de raios danosos é entre 10h e 16h. Nas pessoas negras é comum também ver lesões se desenvolverem na parte branca, como planta dos pés e nas palmas das mãos. Elas, em geral, aparecem em forma de pinta. Por isso, qualquer mancha, lesões que crescem, feridas que não cicatrizam, são um sinal de alerta para a procura de um especialista.
Thais Rauber, oncologista clínica do Hospital Marcos Moraes lembra que pílulas de protetor solar chegaram ao mercado, prometendo proteger a pele “de dentro para fora”. Mas, sozinho, ela não é suficiente.
— Precisamos associar o uso a opções em creme, sprays ou bastões. A cápsula apenas complementa a proteção — ensina Thaís, que recomenda protetores solar com fatores mais altos:
— O FPS 60 protege 60 vezes mais a pele do que se ela estivesse sem nada. Mas o FPS 90 é mais eficaz.
Novos tratamentos e terapias
A luz azul encontrada em lâmpadas fluorescentes, LED, smartphones, computadores e etc pode causar câncer de pele? A especialista esclarece que há evidência que a exposição à luz azul pode causar fotoenvelhecimento, porém, não existem dados que confirmem que a luz azul possa ser relacionada ao desenvolvimento de câncer de pele.
Outro fator importante a se levar em conta é que não existe uma idade ideal para dar início aos cuidados com a pele. Os danos causados pelo sol são cumulativos. Isso significa que quanto mais cedo a pessoa se expõe, maiores são as chances de ocorrerem problemas a longo prazo.
Mas existe maior risco para os mais velhos. Segundo Thais, normalmente, depois dos 50 ou 60 anos, costumam surgir lesões, geralmente em pessoas de pele mais clara. Por fim, a oncologista clínica do Hospital Marcos Moraes explica que o câncer de pele é uma doença curável e as chances aumentam quando o tumor é detectado em estágio inicial.
Na última década, novos tratamentos surgiram, como terapias-alvo, imunoterapia, além da combinação de diferentes tratamentos. Segundo Elisa Bouret, “os casos precisam ser avaliados individualmente por um especialista para a indicação da melhor forma de atuação”.
(*)com informação do Jornal Extra