Em 2019, 106 dos 184 municípios do Ceará apresentaram coberturas abaixo de 75% nas seis principais vacinas disponibilizadas para crianças de até 1 ano. Segundo dados do Programa Nacional de Imunização (PNI), desse total, 21 cidades despertam maior preocupação entre os gestores, já que nem chegaram a atingir 70% de cobertura . O baixo índice de crianças vacinadas acende o alerta para o reaparecimento de doenças consideradas erradicadas, como o sarampo e a paralisia infantil.

Nesta semana, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) determinou que os Municípios realizem medidas para cumprir as metas de cobertura vacinal. Para isso, foi enviado um modelo de ações a serem adotadas, como realização de busca ativa, campanha e articulação junto a escolas, mobilização de agentes comunitários, entre outras. A primeira avaliação do cumprimento das ações será feita no início de março e, posteriormente, após mais 90 dias.

Seis vacinas tiveram coberturas abaixo de 75% em parte dos municípios cearenses:

  • BCG, que previne a tuberculose;
  • Pentavalente, responsável por proteger contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e doenças; causadas por Haemophilus influenzae tipo B;
  • Pneumocócica 10v, que previne a pneumonia;
  • Meningocócica C, contra a meningite;
  • Vacina Inativada Poliomielite (VIP), que protege contra a poliomielite;
  • e Tríplice viral, que previne o sarampo, a caxumba e rubéola.

O Ministério da Saúde estabelece 90% de cobertura para BCG e 95% para as demais vacinas.

No ano passado, o Ceará notificou nove casos de sarampo e voltou a integrar a lista de estados com transmissão ativa. Já no caso da poliomielite (paralisia infantil), o Ministério da Saúde não registra casos da doença desde 1990. Ainda assim, os órgãos públicos se mantêm alertas por conta de casos registrados em outros em países, como Paquistão e Afeganistão.

Apesar da situação alarmante em algumas cidades, no panorama geral, segunda a Sesa, o Ceará atingiu a marca de 96,34% da cobertura vacinal para poliomielite e mais de 100% para a primeira dose 1 da tríplice viral em 2019. As vacinas BCG (81,95%) e pentavalente (84,19%) não cumpriram as metas estabelecidas.

A principal dificuldade encontrada pelos municípios é fazer com que as segundas e terceiras doses das imunizações sejam aplicadas. A vacina tríplice viral, que previne o sarampo, exige duas doses, sendo uma aos 12 meses de idade e a outra aos 15. Já para a pentavalente, que protege contra cinco doenças, os bebês devem ser vacinados aos dois, quatro e seis meses de vida.