A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e o Exército realizam na manhã desta segunda-feira, 9, uma operação para desmontar o acampamento bolsonarista em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Pelo menos 40 ônibus lotados, com mais 1.200 extremistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão sendo levados para a sede da Polícia Federal (PF). A ação faz parte da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para “desmontar imediatamente o acampamento” no local.
A entrada de carros no local está proibida nesta manhã, mas pedestres ainda circulam livremente. Uma barreira de agentes de segurança acompanha a movimentação, com forte policiamento no local. Após o reforço, grupos de bolsonaristas começaram a deixar o local.
Segundo o Maraes, a operação deve ser realizada pelas Polícias Militares dos estados e DF, com apoio da Força Nacional e Polícia Federal (PF) se necessário, devendo o governador do DF ser intimado para efetivar a decisão, sob pena de responsabilidade pessoal.
O comandante militar do QG deverá, igualmente, prestar todo o auxílio necessário para o efetivo cumprimento da medida. “Absolutamente nada justifica a existência de acampamentos cheios de terroristas, patrocinados por diversos financiadores e com a complacência de autoridades civis e militares em total subversão ao necessário respeito à Constituição Federal”, escreveu.
A movimentação acontece após um grupo de bolsonaristas radicais furaram o bloqueio feito pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF ) no último domingo, 8, invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF e depredaram o interior dos prédios. Os atos antidemocráticos são organizados por eleitores movidos por intenções golpistas que não aceitam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas em 2022.
Os policiais militares tentaram conter os vândalos com uso de spray de pimenta, no entanto, eles invadiram as áreas de contenção que cercavam os prédios públicos. Faixas com as inscrições “Lula na cadeia”, “intervenção militar”, “supremo é o povo” e “Bolsonaro presidente” estão sendo erguidas no meio da manifestação.
Os bolsonaristas atacaram primeiro o prédio do Congresso, enfrentaram os policiais que mantinham bloqueios na área, subiram a rampa e, em seguida, tomaram as famosas cúpulas. Eles também quebraram o vidro entrando pelo Salão Nobre e subiram para o terceiro andar, onde fica o gabinete do presidente Lula. O térreo do local foi totalmente destruído.
Após a tomada do Congresso, um grupo menor de extremistas também se dirigiu ao Palácio do Planalto, sede do governo federal. Os bolsonaristas radicais chegaram até o quarto andar e depredaram a sede do Poder Executivo. Quebraram obras de arte, portas e uma mesa de vidro.
Os vândalos ainda foram em direção ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), principal alvo dos bolsonaristas nos últimos anos, e também conseguiram invadir o prédio. As vidraças do prédio do STF também foram quebradas e uma parte dos bolsonaristas chegou até o plenário da corte, que também foi totalmente depredado.
O presidente Lula decretou intervenção federal no Distrito Federal até o dia 31 de janeiro, após a invasão dos prédios públicos. O objetivo é “pôr termo ao grave comprometimento da ordem pública”. Presidente declarou a jornalistas que as instituições criadas para defender a democracia precisam ser respeitadas.
“Esses vândalos, podemos chamá-los de fascistas fanáticos, fizeram o que nunca foi feito na história deste país. É importante lembrar que a esquerda já teve gente torturada, morta e nunca, nunca vi alguma notícia em algum partido de esquerda que invadisse o Congresso Nacional, a suprema corte ou o palácio do planalto. Não tem precedente na história do país”, disse.
O presidente afirmou que os participantes e os financiadores da manifestação serão punidos. “Vamos descobrir quem são e todos eles pagarão, com a força da lei, esse gesto antidemocrático, esse vandalismo”, completou.
Ele também informou que o interventor vai exercer controle de todos os órgãos distritais de segurança do GDF e poderá requisitar recursos financeiros, estruturais, humanos e tecnológicos do Governo do Distrito Federal. Além disso, o interventor poderá requisitar quaisquer órgãos, civis e militares, do governo federal, para alcançar os objetivos da intervenção.
(*)com informação do O Di