O altruísmo e o desejo de ajudar o próximo ao doar sangue aproximam pessoas com idades, gêneros e origens familiares diferentes. Gente como Libermario de Souza Almeida, 48 anos, Gutemberg Dantas de Lima, 34 anos, e Letícia Pereira, de 19 anos, que transformaram o ato em rotina dentro de suas vidas, fazem parte de um grupo médio de 3,3 milhões de brasileiros que praticam a doação.
No Brasil, dados revelam que a doação é maior entre jovens na faixa etária de 18 a 29 anos, representando 42% dos doadores. Do total registrado no ano passado, 60% são homens. Anualmente, aproximadamente 2,8 milhões da pessoas realizam transfusão sanguínea no País, de acordo com o Ministério da Saúde.
Libemario doa sangue há 30 anos, logo que ingressou na Polícia Militar do Distrito Federal. Desde então, passou à condição de doador frequente. A cada dois meses, prazo mínimo para homens, lá esta ele no hemocentro. Quando não é em campanhas do hemocentro, é para ajudar diretamente amigos ou familiares.
“Quando você vai com o intuito de ajudar um parente ou amigo tem um vínculo emocional muito grande, mas doar sem saber para quem, apenas por achar que de alguma forma posso estar contribuindo com alguém, também é bem gratificante”, ressaltou.
Frequência
Enfermeira e chefe do núcleo de triagem clínica do Hemocentro de Brasília, Kamila Moraes ressaltou que doadores frequentes podem agendar a coleta ligando para o hemocentro. Desta forma, são atendidos como preferenciais. “Para os frequentes, mandamos mensagens por e-mail, WhatsApp ou fazemos a convocação por ligação. Nestes casos, os doadores não precisam ficar aguardando”, explicou.
Com a doação em sua vida desde 2013, o torcedor do Vasco da Gama Gutemberg Dantas de Lima, 34 anos, é um dos coordenadores da campanha de doação “Vascaíno Sangue Bom”. “Ajudar o próximo em nome do meu time, o Clube de Regatas Vasco da Gama, é uma das minhas motivações. Com esse gesto me sinto muito feliz. Além de estar ajudando outras pessoas, sei que estou bem de saúde”, disse.
Campanhas
Novata entre os doadores, Letícia Pereira, de 19 anos, começou a doar aos 17 anos, em janeiro de 2017. Na época, teve que levar a mãe para autorizar. Movida por um sentimento de poder ajudar alguém e pelas metas que se impôs como promessas de virada de ano, acabou gostando e adotou a prática.
“Quando eu via as campanhas ou notícias na televisão, os olhos brilhavam querendo ajudar. Em 2016 no final do ano estava escrevendo minhas metas para 2017,e coloquei essa como a primeira a ser alcançada”, lembra Letícia, que ressalta sua motivação: “Penso nas pessoas que estão precisando, penso que um dia pode ser eu, pode ser alguém que eu amo”.
De acordo com Kamila Moraes, o Hemocentro de Brasília consegue uma média de 5,6 mil doações por mês. Apesar de conseguir atender toda a rede hospitalar, em muitas situações existe a necessidade de convocar pessoas. “Tem um setor do hemocentro que busca doadores em igrejas, órgãos públicos ou privados. As pessoas precisam saber que doar sangue representa vida e saúde para outras pessoas. São por elas que estamos aqui”, ponderou.
Quem precisa do sangue
Essencial para os atendimentos de urgência, o sangue é usado em cirurgias de grande porte, traumatismos, sangramentos gastrintestinais e partos nos quais há necessidade de repor grandes perdas sanguíneas, além do tratamento de pessoas com doenças crônicas, como a Doença Falciforme e a Talassemia. Pacientes com câncer também recebem, frequentemente, transfusões de sangue.
Com Governo do Brasil