A senadora Marta Suplicy (MDB-SP) recusou ocupar o posto de candidata a vice-presidente de Henrique Meirelles na eleição presidencial deste ano.

Ela informou a decisão nessa sexta-feira (3) ao presidente nacional do partido, Romero Jucá, e disse que também não pretende tentar a reeleição e que deixará o MDB.

O nome da senadora era o principal cotado para o posto. Sem ela, o partido cogita o ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto, também do MDB.

A última pesquisa do Ibope, divulgada em junho, mostrou a emedebista em terceiro lugar na disputa deste ano ao Senado. O MDB lamentou a decisão da senadora, mas disse respeitá-la.

Em carta, distribuída à imprensa, Marta justificou a sua decisão. Ela disse acreditar que contribuirá mais com o país atuando na sociedade civil, mas que não abandonará a participação política.

“Permanecerei participando politicamente da vida pública brasileira. A partir de 2019, não mais como parlamentar, mas em todas as trincheiras que me levem ao lado da defesa dos interesses dos mais pobres, dos injustiçados e na luta pelo empoderamento das meninas e das mulheres”, escreveu.

Ela criticou os partidos políticos e a postura da maioria dos integrantes do Congresso que, segundo ela, “não tem se colocado a favor das causas progressistas”.

“Ao contrário, tornou-se refém de uma agenda atrasada dos costumes da sociedade, negando-se a reconhecer e a regulamentar as relações entre as pessoas de forma a contemplar as diversidades das sociedades modernas e a respeitar os direitos individuais do ser humano”, afirmou.

Para ela, os partidos brasileiros “encontram-se fragilizados, acuados e sem norte político”, além de de não conseguirem dar respostas à “crise de credibilidade que se abateu sobre eles”.

“Orientam suas movimentações políticas pela lógica exclusiva de fazerem crescer suas bancadas parlamentares com o objetivo perverso e mesquinho de fortalecerem-se na divisão e loteamento de cargos e espaços de poder”, disse.

Ela disse também que a relação de grande parte do Legislativo com o Executivo levou a uma política de “toma lá dá cá”, descartando padrões de dignidade e honradez da sociedade.”Esse sistema faliu e precisa ser, urgentemente, reformado”, ressaltou.

Ela agradeceu ainda os votos recebidos e reconheceu que, durante a sua carreira política, se viu em “tempos de travessia”. Em 2015, Marta trocou o PT pelo MDB, fazendo críticas ao partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Com informação da Folha de S.Paulo