A senadora Marta Suplicy disse, nesta quinta-feira, , que vê sua vida parlamentar “completa”. Na sexta, 3, ela anunciou que não seria candidata nas eleições 2018 e deixou o MDB para encerrar sua carreira político-eleitoral. “Não vale mais a pena estar lá”, disse Marta, em entrevista à Rádio Eldorado, de São Paulo.
Com mais de 40 anos na atividade política, Marta construiu a sua história no PT, como deputada federal, prefeita de São Paulo e senadora, mas, em 2015, após o impeachment da então presidente Dilma Roussef, decidiu se filiar ao MDB. A permanência no MDB é curta, com pouco mais de dois anos de filiação.
Ao anunciar a desistência de concorrer à reeleição, Marta Suplicy decidiu, também, se desligar do MDB. “Minha vida parlamentar está completa. Fiz muito”, afirmou Marta. “E agora não tenho mais vontade de fazer esse tipo de trabalho porque lá, metade do tempo você passa tentando entender projetos que não estão claros, tentando barrar retrocessos, tentando achar espaço para se posicionar, vendo projetos mais ideológicos do que a favor do Brasil. Não vale mais a pena estar lá. Quero fazer minha parte na sociedade civil. Posso contribuir mais.”, declarou a senadora.
Ao fazer uma análise sobre o cenário político, Marta prevê que as eleições 2018 tendem a aumentar o conservadorismo em Brasília. Isso, segundo ela, é um mau sinal para o futuro do País. “Haverá um aumento do conservadorismo, menos mulheres e acho muito ruim isso que está acontecendo. Temos possibilidades assustadoras e espero que não se concretizem. Tem candidato a vice falando barbaridades e o presidente deste vice dizendo que não tem nada a ver com aquilo, que só abre a boca para desrespeitar minorias, mulheres e negros e para mostrar o mar de ignorância onde ele nada. É de dar medo.”
A senadora também comentou a presença de mulheres como vice em chapas do pleito eleitoral. “Eles (candidatos) estão colocando essas mulheres respondendo a pesquisas para atrair voto feminino. As duas senadores têm currículo (Kátia Abreu, vice de Ciro Gomes do PDT, e Ana Amélia, vice de Geraldo Alckmin do PSDB), mas vejo que algumas foram colocadas apenas por serem mulheres. E isso é desagradável de ver. Mas espero que seja um caminho para mais representação.”
Marta fez uma avaliação de sua carreira política. “Eu teria começado mais cedo. Comecei tarde, com 48 anos. Fiz política com P maiúsculo na TV, mas sinto que poderia ter começado antes. Agora a avenida (para mais mulheres na política) está aberta. Antes, há 30 anos, eu recebia cartas de mulheres na TV perguntando se era certo se sentar na mesa com o marido. Agora, a sociedade já entendeu a questão do direito delas.”
(*) Com informações do Jornal O Estado de São Paulo