O vice-líder da bancada do PMDB na Câmara, Carlos Marun (MS), disse acreditar que a base governista tem hoje entre 300 e 350 votos para barrar uma possível denúncia contra o presidente Michel Temer. O peemedebista, que é um dos mais ferrenhos defensores de Temer na Casa, disse que, se o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar denúncia contra o presidente da República, a Câmara terá condições de “liquidar o assunto” em 10 dias.

O deputado disse não ter “a mínima dúvida” de que a Casa vai barrar a ação. “Ela vindo, obviamente que nós vamos tentar liquidar essa questão com a maior brevidade possível”, declarou.

Marun lamentou os sinais de Janot de que já decidiu denunciar Temer, mesmo com a falta de conclusão da perícia nas gravações do empresário Joesley Batista, e que isso demonstraria falta de parcialidade do PGR. “Essa denúncia terá como prova basilar o tal áudio não periciado, será o fruto podre de uma árvore podre. E a denúncia terá o tratamento devido, que é a imediata recusa”, completou.

O parlamentar disse não ter dúvidas de que, após o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que absolveu a chapa Dilma-Temer, a sensação é de página virada, assim como a denúncia de suposta investigação clandestina da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. “O governo sai mais forte, com mais musculatura para vencer o grande desafio que é aprovar as reformas”, concluiu.

Ainda sobre a denúncia envolvendo a Abin, Marun disse que a agência tem atribuições que lhe conferem o direito de eventualmente avaliar situações que comprometam o ambiente constitucional. Por isso, destacou o parlamentar, não caberia uma CPI, como quer a oposição. “Não estão havendo investigações e, se estivesse acontecendo, eu não vejo aí nenhum absurdo”, ressaltou.

O parlamentar voltou a cobrar esclarecimentos de Fachin sobre sua relação com o executivo Ricardo Saud, da J&F, independentemente do requerimento em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). “Ninguém pode se julgar isento de ter de prestar esclarecimentos à nação”, disse. Marun lembrou que a futura CPMI da JBS vai investigar também os “caminhos” da delação premiada dos executivos da empresa.

Tucanos. Marun disse que o PSDB é um dos responsáveis pela existência do governo Temer por ter liderado o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e que, por isso, conta com a permanência dos tucanos no governo.

“Adiar a decisão de sair do governo é manter a decisão de permanecer. É desta forma que vamos ver”, afirmou. O peemedebista disse que PMDB e PSDB “chegaram juntos ao poder” e devem assim permanecer.

O vice-líder do PMDB comemorou a inexistência de protestos contra a decisão do TSE. “A população não está caindo neste golpe. A conspiração asquerosa fracassou”, afirmou.

Com informações O Estado de São Paulo