Encerrada a primeira semana da divulgação oficial do projeto com as mudanças para os trabalhadores se aposentarem, deputados federais se dividem sobre apoio à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma previdenciária. O entusiasmo do Governo Federal com o possível apoio de 308 parlamentares para aprovação da reforma, em primeiro turno na Câmara, não se converte em realidade na base aliada ao Palácio do Planalto.
O clima é de ceticismo entre as diferentes correntes de parlamentares: um grupo é fortemente contrário à reforma; um segmento se coloca como independente, mas outros apoiam as medidas do Governo na área da Previdência Social.
Conhecedor da realidade fiscal dos Estados e da União, o deputado federal Mauro Filho (PDT) integra um bloco de parlamentares que encontra muitas razões – entre elas, as medidas antipáticas contidas na PEC, para o projeto de reforma avançar como deseja o Palácio do Planalto.
Há outro argumento para a apreciação da reforma ser desacelerada: esse bloco de parlamentares quer condicionar à tramitação da reforma ao projeto com as regras para os militares de aposentarem.
“É preocupante. O governo tem que enviar o mais rápido possível para não atrapalhar a reforma“, disse Mauro Benevides Filho, ao destacar, em entrevista ao Jornal O Estado de São Paulo, que a decisão do governo em deixar o encaminhamento do projeto dos militares para daqui um mês desagradou os deputados.
Para Mauro Filho, que entrou na lista de cotados para presidir a comissão especial que vai discutir e votar o texto, há um movimento geral para segurar a tramitação na espera das novas regras para os militares. Entre os pontos que devem ser alterados, está o aumento do tempo mínimo de contribuição de 30 anos para 35 anos.