A falta de leitos hospitalares para internação de pacientes infectados pelo coronavírus e o medo da doença fizeram aumentar o percentual da população que quer se imunizar contra à Covid-19. Uma pesquisa do Instituto Datafolha, publicada, na noite desse sábado (20), mostra que 84% dos brasileiros querem se vacinar.


Em janeiro, esse desejo era de 79%, o que significa, em pouco mais de dois meses, um aumento de cinco pontos no percentual do número de pessoas que veem na vacinação um caminho para superação da pandemia.


Apesar da mudança de percepção sobre a importância da vacinação, o índice favorável à imunização chegou a ser maior em agosto de 2020 – 89% afirmavam que queriam ser imunizados, de acordo com o próprio Datafolha.


Especialistas da área da saúde avaliam que o crescimento no contingente populacional que manifesta mais interesse para se imunizar em meio à pandemia retrata a fragilidade do discurso contrário à imunização. Ganha força, assim, a ciência. Os estudos científicos mostram que, quanto maior o rebando de vacinados, menor é a transmissão do vírus.


A pesquisa do Instituto Datafolha, realizada nos dias 15 e 16 de março, ouviu, por telefone, em todos os estados e regiões do País, 2.023 pessoas e apresenta uma margem de erro de dois pontos para mais ou para menos.


Segundo o levantamento, os  homens (82%) são mais resistentes à ideia de se imunizar , enquanto, entre as mulheres, 86% delas dizem que irão se vacinar e 7% afirmam que não.  Outro dado da pesquisa revela que, na medida que cresce o padrão de renda e escolaridade, maior é o índice de interesse pela vacinação.

A intenção de se imunizar, conforme os números do Datafolha, entre os que ganham até dois salários mínimos, é de 84%, passando para 88% na camada da população com renda acima de 10 salários mínimos.  Entre os brasileiros com até apenas o nível fundamental de escolaridade, a intenção de vacinar é de  81% e, para quem tem o nível superior, 86%.


O Instituto Datafolha apurou que, entre os brasileiros que avaliam o governo Bolsonaro como bom ou ótimo, 76% manifestam desejo de se vacinar.  O percentual sobe para 84% no segmento que classifica o desempenho do governo como regular, chegando a  89% entre os que avaliam a gestão federal como ruim ou péssima.