A equipe do presidente Michel Temer ficará, a partir do dia 7 de abril, sem um dos seus principais nomes: o ministro da Fazenda, Henrique Meireles, vai deixar o cargo para disputar, em outubro, a Presidência da República. Meireles se reuniu duas vezes, nesse fim de semana, com Michel Temer, manifestou convicção sobre a decisão e, agora, tenta encontrar uma sigla que o garanta legenda para sair candidato ao Palácio do Planalto. Meireles é filiado ao PSD, mas o partido, comandado pelo ministro Gilberto Kassab, integrará a base de apoio do pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.
Uma das opções para o ministro da Fazenda, segundo interlocutores que participaram das reuniões com Michel Temer, é o MDB. A sigla tem, porém, um pré-candidato: o próprio Temer que, na edição desse final de semana da revista “Istoé”, declarou que seria “covardia” ele não ser candidato em outubro. Uma das possibilidades é que os dois integrem a mesma chapa, com o ministro sendo vice de Temer.
O sucessor de Meirelles na Fazenda ainda não está definido. Os mais cotados são o secretário-executivo da Pasta, Eduardo Guardia, muito ligado a Meirelles, e o secretário de Acompanhamento Econômico, Mansueto Almeida. Guardia, apesar de considerado o sucessor natural, enfrenta resistência de deputados e senadores, que o acusam de “não gostar do Congresso”, por ter perfil duro nas negociações com parlamentares. Mansueto, por não lidar diretamente com os parlamentares, poderia ser considerado um nome mais palatável para substituir Meirelles.
Enquanto o presidente Michel Temer tenta diminuir a rejeição nas pesquisas para de fato viabilizar uma candidatura à Presidência, seus aliados já preparam um novo documento, com diretrizes econômicas e sociais, chamado de “Ponte para o Futuro 2”.
Um dos pontos que norteiam o que pode vir a ser um plano de governo de Temer é uma agenda de modernização da indústria, com aumento de produtividade e integração de tecnologia na atividade econômica. A ideia, segundo governistas, é avançar no que sempre diz o presidente em seus discursos, nos esforços para “levar o Brasil para o século 21”. Por isso, a modernização da atividade industrial é um dos pontos centrais do documento.
O primeiro “Uma Ponte para o Futuro” foi elaborado pela Fundação Ulysses Guimarães no final de 2015, quando Temer ainda era vice da ex-presidente Dilma Rousseff. Eram diretrizes para supostamente ajudar o governo petista, mas que foram vistas com desconfiança pela equipe da presidente. Em uma carta enviada a Dilma em dezembro daquele ano, o então vice-presidente se queixou de ser tratado como um “vice decorativo” e disse que “até o programa ‘Uma Ponte para o Futuro’, aplaudido pela sociedade, cujas propostas poderiam ser utilizadas para recuperar a economia e resgatar a confiança, foi tido como manobra desleal”.
Com informações de agências e do Jornal O Globo.